Neste novo museu os visitantes terão oportunidade de visitar a reprodução dos dormitórios de Auschwitz, assim como uma sala de nomes, um memorial da chama, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com a narrativa completa e, à imagem do Museu de Washington, fotografias e ecrãs exibindo filmes reais sobre o antes, o durante e o depois da tragédia.
Tutelado por membros da comunidade judaica do Porto cujos pais, avós e familiares foram vítimas do Holocausto, o espaço museológico retrata a vida judaica antes do holocausto, o nazismo, a expansão nazi na Europa, os guetos, os refugiados, os campos de concentração, de trabalho e de extermínio, a ‘Solução Final’, as marchas da morte, a libertação, a população judaica no Pós-Guerra, a fundação do Estado de Israel, o vencer ou morrer de fome e os ‘Justos entre as Nações’, revela a Comunidade Judaica do Porto num comunicado enviado ao ‘Mundo Português’.
Neste novo museu os visitantes terão oportunidade de visitar a reprodução dos dormitórios de Auschwitz, assim como uma sala de nomes, um memorial da chama, cinema, sala de conferências, centro de estudos, corredores com a narrativa completa e, à imagem do Museu de Washington, fotografias e ecrãs exibindo filmes reais sobre o antes, o durante e o depois da tragédia.
Projeta ainda criar parcerias de cooperação com museus do Holocausto em Moscovo, Hong Kong, Estados Unidos e Europa, “contribuindo para uma memória que não pode ser apagada”, informa a Comunidade Judaica do Porto.
“Este impressionante Museu do Holocausto é um testemunho da herança e resiliência judaicas. Que ele sirva de farol para Portugal e para o resto da Europa”, sublinha Charles Kaufman, presidente da organização de direitos humanos B’nai B’rith International.
O curador do Museu do Holocausto do Porto, o museólogo Hugo Vaz, afirma que “são esperados cerca de 10 mil alunos por ano, o mesmo número que, antes da pandemia, costumava visitar a Sinagoga”.
Investimento no ensino e na investigação
Para além da realização e exposições, outra área de atividade do espaço será o ensino e o apoio à investigação. Através do museu, Jonathan Lackman quer seguir, no Porto, o papel que os avós tiveram nos EUA para a preservação da memória do Holocausto. “O meu avô fugiu de Treblinka e a minha avó foi resgatada com tifo do campo de Bergen-Belsen, no norte da Alemanha, onde faleceu Anne Frank. Contarei sempre a história deles”, revela, citado no comunicado.
A construção do Museu do Holocausto no Porto contou com um donativo substancial de uma família sefardita portuguesa do Sudeste da Ásia “que foi vítima de um campo de concentração japonês durante a Segunda Guerra Mundial”, revela o tesoureiro da Comunidade Judaica do Porto, Michael Rothwell, ele próprio descendente de vítimas do Holocausto.
“Os meus avós eram bons patriotas alemães, os meus tios-avós deram mesmo a vida pela Pátria na Primeira Guerra Mundial, e amavam um país que também era deles. Com o nazismo, viram-se acusados de estrangeiros indesejados, foram transportados como gado para Auschwitz, separados um do outro, alvos de todas as violências e ali morreram assassinados”.
Em 2013, a Comunidade Judaica do Porto partilhou com o Museu do Holocausto de Washington todos os seus arquivos referentes a refugiados que passaram pela cidade portuense.
Estes arquivos, agora regressados à cidade Invicta, incluem documentos oficiais, testemunhos, cartas e centenas de fichas individuais. No Museu estão ainda expostos dois Sifrei Torá (rolos da Torá) oferecidos à sinagoga do Porto por refugiados que estiveram chegaram à cidade com as suas vidas desfeitas.
Ana Grácio Pinto