A Câmara Municipal iniciou a obra de renovação e restauro da Quinta e da Casa dos Caseiros, a moradia onde o escritor Camilo Castelo Branco viveu entre o inverno de 1863 e a data da sua morte, a 1 de junho de 1890.
As obras na casa, na freguesia de Seide, iniciaram-se a pouco tempo de se assinalarem os 106 anos sobre o grande incêndio que a destruiu quase por completo, e vão devolver a traça original ao edifício.
“Trata-se de uma obra de enorme relevância e que espelha bem a aposta cultural do município na preservação e valorização do património camiliano. Um trabalho incessante e apaixonante que tem atravessado gerações, motivado pelo valor da obra de Camilo Castelo Branco e pelo interesse que sempre suscitou a sua atribulada existência”, afirmou o presidente da Câmara Municipal, Paulo Cunha.
A empreitada arrancou a 18 de janeiro, implica um investimento de cerca de 320 mil euros e o prazo de execução de um ano e insere-se na candidatura ‘Rota Camilo: Valorização da Casa-Museu e Cemitério da Lapa’, aprovada no âmbito do programa operacional Norte 2020, sendo cofinanciada através Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER).
“É uma obra de arquitetura que vai valorizar ainda mais este lugar da vida e da ficção camilianas. O restauro da casa dos caseiros e a renovação da quinta permitirá, não só oferecer aos visitantes um cenário tão semelhante quanto o que Camilo experienciou, mas permitir que com essas novas infraestruturas possamos diversificar ainda mais a oferta pedagógica, cultural e científica da instituição para o melhor conhecimento da vida e da produção literária do escritor, além do período histórico em que viveu”, sublinha Paulo Cunha.
O escritor Camilo Castelo Branco residiu na casa de Seide cerca de 26 anos. Ali chegou por amor, ali escreveu, viveu com a família e ali pôs termo à vida. Considerada a mais emblemática memória viva do maior escritor do romantismo português, a Casa de São Miguel de Seide ganhou um significado histórico de fundamental importância para o conhecimento profundo de todas as temáticas camilianas.
Para além deste projeto, a candidatura apresentada em conjunto com a Venerável Irmandade da Lapa, no Porto, prevê ainda a qualificação do Cemitério da Lapa, um monumento de interesse público, onde se encontra o jazigo que guarda os restos mortais de Camilo Castelo Branco.
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