O primeiro-ministro anunciou hoje que inicia-se na quarta-feira a campanha de testes rápidos nas escolas e adiantou que não hesitará em fechar estabelecimentos de ensino se verificar que a variante inglesa do novo coronavírus, mais contagiosa, tornou-se dominante.
António Costa falava na abertura do debate sobre política geral na Assembleia da República, após uma intervenção do líder parlamentar do PSD, Adão Silva, que foi muito crítica em relação à atuação do Governo no combate à epidemia deCovid-19.
“Neste momento, estamos a bater-nos para manter as escolas abertas, já que sabemos o enorme custo social que representa fechá-las. Na quarta-feira, vamos iniciar uma campanha de testes rápidos em todas as escolas, tendo em vista reforçar a segurança”, disse.
Se para a semana ou daqui a 15 dias se souber, ou até mesmo se já nesta quarta-feira se souber, por exemplo, que a estirpe inglesa se tornou dominante no país, então, muito provavelmente, vamos ter mesmo de fechar as escolas”, advertiu depois o líder do executivo.
Perante esta posição do primeiro-ministro, o presidente do Grupo Parlamentar do PSD lamentou que “só agora comece nas escolas a utilização dos testes rápidos”.
“Vendo que os grupos etários mais afetados são os jovens entre os 13 e os 25 anos, qual a razão para não ter começado mais cedo? E qual a razão para não ter iniciado no começo do ano letivo a distribuição de computadores, com a instalação de redes informáticas, que vossa excelência prometeu em abril de 2020?”, questionou Adão Silva.
“Se encontrar razões técnicas para o encerramento das escolas – os técnicos dizem que há -, o PSD nunca dirá que o primeiro-ministro recuou. Dirá que, finalmente, tomou uma decisão certa”, declarou o presidente do Grupo Parlamentar do PSD, antes de ter criticado António Costa por ter ficado em silêncio na noite de domingo passado, quando já era “evidente” que o confinamento não estava a ser cumprido por muitos portugueses.
Na reação a estas críticas, o líder do executivo comentou que seria bom que a única dúvida que tivesse na sua consciência “fosse entre falar ao país no domingo à noite ou reunir o Conselho de Ministros à segunda-feira”.
No que respeita à distribuição de computadores, António Costa assumiu que “o Governo não cumpriu o seu objetivo”.
“Foram distribuídos até agora cem mil computadores que cobriram todos os alunos dos escalões A e B. Temos já adjudicados os 350 mil computadores restantes”, disse.
Campanha de testes rápidos nas escolas começa na quarta-feira
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