Com esta pandemia que teima em crescer cada vez mais e que afeta as atividades das unidades hoteleiras, dos restaurantes, da animação turística e e do comércio em geral, é de enaltecer, os pequenos municípios do Interior que tendo eventos que eram “motores da economia local” como a Feira do Fumeiro de Montalegre ou de Vinhais, souberam contornar a situação e através de plataformas de vendas online, criadas pelos municípios conseguiram em parte, escoar muitos dos seus produtos aí produzidos, ajudando os produtores.
Chega-nos a notícia, que aqui bem perto de nós e numa “Zona da Raia” em Idanha a Nova, mais de 140 famílias receberam o cabaz biorregião, no âmbito da campanha “Idanha em Família”, promovida pelo município local para dinamizar o turismo e o setor agroalimentar e que convida as famílias a conhecer o concelho. E não é que a campanha, foi usufruída por turistas portugueses, espanhóis, brasileiros, ingleses e holandeses, e que vai prosseguir nos próximos meses, logo após o confinamento que agora foi anunciado.
Em comunicado, o município de Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, explica que o “Idanha em Família alia o trabalho da Câmara Municipal de Idanha-a-Nova e dos empresários do setor do turismo na implementação de medidas de segurança e higiene para criar as condições para receber as famílias em segurança”, lê-se na nota.
Os cabazes de produtos regionais e biológicos são oferecidos a famílias que fiquem alojadas duas ou mais noites, em regime de meia pensão, numa das unidades de alojamento aderentes do concelho de Idanha-a-Nova.
“O cabaz biorregião inclui ainda o ‘Idanha-a-Nova Passport’ e a possibilidade de agendar gratuitamente visitas guiadas com operadores locais durante a estadia”, refere o município. Caso para dizer que quem “não tem cão caça com um gato” e esta medida inovadora, bem se podia aplicar por algumas câmaras, (aqui bem perto de nós e da nossa região) , que ao invés de por vezes investirem noutras despesas, para uma elite ou número reduzido de espectadores, bem podiam criar sinergias de oferecer a quem nos visitasse, algo que fosse comprado aos produtores, como vinho, queijo ou fumeiro, ou um almoço ou jantar num dos restaurantes do concelho, para estadias de duas noites e visitas guiadas a quem nos visitasse.
Registe-se que outra Câmara, mas de Proença a Nova, em plena “Zona do Pinhal” há já algum tempo, criou a marca “Proença-a-Nova Origem”. Basta ir ao site da Câmara e faz a sua encomenda, paga e recebe. Os cabazes de Natal foram um êxito, que incluíam a tigelada de Proença-a-Nova, o plangaio, o maranho e o vinho Monte Barbo, o licor Erikae ou Caseirão, as compotas da Caseirão ou Montes Physalis, os biscoitos da Zélia, Panificadora Bernardo ou Montes de Sabor e o queijo Pucariças ou Queijaria do Morgado, os enchidos, as filhós, os biscoitos e os bolos da Zélia, ou o mel da Bee. Todas estas propostas incluem uma caixa de madeira de pinho feita à mão e são enviadas por correio ou podem ser levantadas gratuitamente no Posto de Turismo, na loja do Centro Ciência Viva da Floresta ou na loja “O Sítio Certo”, em Benfica – Lisboa. Mais do que a promoção dos pequenos empresários locais, é também através da gastronomia que o Município promove e bem o território.
Não terão uma palavra a dizer sobre estas inovações tanto autarca, que em épocas de crise, se podem transformar em “oportunidades”?