A Federação Nacional da Educação (FNE) pediu ao Governo a implementação de medidas nas escolas que diminuam o risco de contágio durante a pandemia de Covid-19, sugerindo como hipótese que os alunos do secundário pudessem passar a ensino misto.
“É preciso adotar novas medidas tais como aumentar o distanciamento social, reduzir número de alunos por turma e até, eventualmente, determinar que os alunos do secundário passem a ter aulas num regime híbrido, ou seja, que uma parte das aulas seja presencial e outra à distância”, disse à Lusa o secretário-geral da FNE, João Dias da Silva, no final de uma reunião com o Ministério da Educação.
A FNE foi uma das organizações sindicais que esteve ontem reunida com a secretária de Estado da Educação, Inês Ramires, para um balanço do primeiro período de atual ano letivo.
Sobre o primeiro período de aulas, sindicatos e tutela têm uma visão diferente, com os primeiros a apontar várias falhas e o Governo a sublinhar que as escolas se mantiveram abertas, contaram à Lusa vários sindicalistas.
Olhando para a frente, o secretário-geral da FNE afirmou que a situação pandémica está a agravar-se. Por isso, disse, é preciso “adequar o funcionamento do ano letivo às condições essenciais para preservar a saúde e segurança sanitária de todos os que estão na escola: professores, alunos e trabalhadores não docentes”.
Defensor do ensino presencial, João Dias da Silva admite que a opção do ensino misto para os alunos mais velhos poderia ajudar a reduzir os contágios.
Também o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, defendeu a continuidade do ensino presencial, mas disse que há “condições que não estão a ser observadas”, como o “distanciamento, arejamento dos espaços, limpeza e rastreios”.
Para a Fenprof é essencial haver testes de despistagem e criar condições nas escolas que não promovam novos contágios.
Sobre o balanço quanto ao primeiro período do atual ano letivo, Mário Nogueira considerou que “não foi positivo: faltaram nas escolas professores e trabalhadores não docentes”.
A Fenprof reconheceu que houve um reforço de docentes, mas lembrou que “também houve muitas aposentações” e professores doentes ou em isolamento profilático devido à pandemia de Covid-19.
Federação Nacional da Educação defende alunos do secundário tenham ensino misto
