O secretário regional da Agricultura e Desenvolvimento Rural do Governo dos Açores, António Ventura, reivindica um reforço de fundos comunitários para o setor na região em 2021, para colmatar o impacto económico da pandemia de Covid-19.
“O que está previsto é uma transferência de 56 milhões de euros, que é o correspondente a cerca de 7,5% das verbas nacionais, mas nós consideramos, tendo em conta as dificuldades que os Açores atravessam relativamente à questão da pandemia e outras que têm vindo a persistir, designadamente a necessidade de fixar jovens, a necessidade de criar emprego, o despovoamento das ilhas, que é preciso um montante superior”, avançou, em declarações aos jornalistas.
António Ventura falava ontem após uma reunião, por videoconferência, com a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, e defendeu que a agricultura pode ser “um motor da recuperação económica” dos Açores.
“Eu acho que 56 milhões não é suficiente. Nós queremos um valor superior. Não vou avançar com um montante agora, porque não quero prejudicar a negociação, mas nós não nos contentamos com 56 milhões para 2021, queremos mais”, salientou.
Se não houver abertura por parte do Governo da República, António Ventura admitiu recorrer ao parlamento açoriano e à Assembleia da República para “fazer vincar” a “necessidade de desenvolvimento dos Açores”.
O secretário regional da Agricultura reivindicou, por outro lado, a abertura de candidaturas ao Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha (VITIS) para os Açores em 2021, alegando que a região não pode ser prejudicada por um “mau negócio” do anterior Governo Regional.
Segundo António Ventura, o aviso nacional para este programa é de 50 milhões de euros e os Açores teriam acesso a 8% desse montante (quatro milhões de euros), mas como em 2020 foram antecipados 800 mil euros, este ano não serão abertas candidaturas para a região.
“Há uma dinâmica do setor instalada nos Açores. Ainda há cerca de 700 hectares de vinha para reestruturar. Pelo nosso cálculo, é preciso 17 milhões de euros e, portanto, este percurso que se está a fazer, que é preciso ampliar, não pode ser parado”, frisou.
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