O Presidente da República está, ao longo do dia de hoje, a receber os responsáveis pelos partidos políticos com assento no parlamento. Marcelo Rebelo de Sousa já ouviu os líderes do CDS, PAN, PEV, IL e Chega.
O partido Pessoas-Animais-Natureza (PAN) admitiu que “é sensato” renovar do estado de emergência “profilático”, por oito dias, para fazer face à epidemia de covid-19.
No final de uma audição sobre o tema com o Presidente da República, o porta-voz e deputado do PAN André Silva afirmou que face à falta de dados científicos, dos técnicos do Infarmed, não seria sensato “aliviar as medidas”.
“Percebemos que exista um cansaço das pessoas quanto a este confinamento, mas ainda não é o momento para aliviar estas medidas. Combate ao vírus ainda está no início”, disse.
O CDS-PP vai voltar a abster-se na renovação do estado de emergência devido à pandemia, justificando que não aprova medidas restritivas que desconhece, apesar de reconhecer necessidade de um prolongamento.
À saída denião com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, o líder do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, sublinhou a necessidade de um enquadramento jurídico para a aplicação de restrições no âmbito da pandemia, mas recusou “passar cheques em branco”.
Já Iniciativa Liberal (IL) deverá, a princípio, votar contra a a renovação do estado de emergência, mas vai esperar se o Presidente tem em conta os pontos que considera “absolutamente excessivos” para tomar uma posição final.
O líder da IL, João Cotrim Figueiredo, afirmou que, pela primeira vez, Marcelo Rebelo de Sousa “manifestou abertura” para ter em conta os tais pontos “absolutamente excessivos” que o partido enviar para a Presidência.
“E em função do reflexo que isso venha a ter no texto final do decreto, tomaremos uma posição definitiva”, afirmou.
Mas o deputado da IL considerou que as medidas têm sido excessivas e têm “causado um dano à vida das pessoas” e à economia do país que é “superior a eficácia no combate” à pandemia.
O Partido Ecologista “Os Verdes” (PEV) infoumou que vai repetir o voto contra a renovação, por oito dias, do estado de emergência e defender “outras soluções”, como o reforço do SNS e dos transportes públicos.
“O foco no estado de emergência não será o mais indicado. O mais indicado seria encontrar outras soluções no acesso à saúde e à vacinação, que esperamos que não tenha qualquer percalço”, afirmou a deputada e dirigente do PEV Mariana Silva, depois de uma audiência com o Presidente da República, em Lisboa.
E o presidente do Chega admitiu a necessidade de medidas restritivas para mitigar a propagação da Covid-19, mas manifestou-se contra a renovação do estado de emergência devido às “absurdas restrições” no comércio.
“Estas absurdas restrições não estão em nada a ajudar a controlar a pandemia e estão a matar a economia, os negócios e a vida das famílias”, disse aos jornalistas André Ventura, após ser recebido pelo Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa, sobre a renovação do estado de emergência.
Estado de emergência: CDS e PAN a favor, PEV, IL e Chega contra
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