As exportações portuguesas do setor agroalimentar cresceram 2,7% entre 01 de janeiro e 31 de outubro deste ano, comparativamente ao mesmo período de 2019.
Num comunicado, o Ministério da Agricultura destaca que “apesar dos efeitos provocados pela pandemia Covid-19, as exportações do setor agroalimentar mantêm a trajetória de crescimento.
Os dados, revelados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), demostram ainda um crescimento de 6,1% em outubro face ao mês de setembro.
“Considerando apenas a agricultura, o crescimento é ainda maior. No acumulado de janeiro a outubro de 2020, quando comparado com o mesmo período de 2019, as exportações aumentaram 6,6%”, revela ainda.
Por tipo de produto e no acumulado de janeiro a outubro, quando comparado com o mesmo período do ano passado, os ‘açucares e produtos de confeitaria’ (39,3%), as ‘sementes e frutos oleaginosos’ (37,9%) e as ‘carnes, miudezas e comestíveis’ (15,4%), foram os grupos de produtos que mais cresceram em percentagem. Por sua vez, em valor, as ‘frutas’ e as ‘gorduras e óleos’ aumentaram 65,6 milhões de euros e 63,4 milhões de euros respetivamente, indica o comunicado com base nos dados do INE.
Relativamente à variação entre o mês de outubro e o mês de setembro deste ano, os maiores crescimentos são das ‘plantas vivas e produtos de floricultura’ (48,5%), seguidas dos ‘produtos hortícolas, plantas raízes e tubérculos comestíveis’, com um crescimento de 26%, dos ‘animais vivos’, 25,7%, e dos ‘vinhos e mostos’ a crescerem 14,1%.
Resiliência e capacidade de trabalho do setor
Para a ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, estes dados “demonstram, mais uma vez, a resiliência e a capacidade de trabalho dos agricultores portugueses e de todo setor agroalimentar”.
No entanto, e de acordo com o INE, o rendimento gerado pela atividade agrícola deverá diminuir 3,3% em 2020, face a 2019, condicionada que foi pelos efeitos da pandemia Covid-19, “verificando-se um impacto negativo na produção vegetal, sobretudo dos produtos mais perecíveis ou sensíveis a transporte e armazenamento ou pelas alterações nos padrões de consumo decorrentes do confinamento”.
Por forma a minimizar as perdas, o Ministério da Agricultura acionou um conjunto de medidas de apoio o setor, como o reforço dos pagamentos diretos, os adiantamentos no âmbito do Pagamento Único 2020, as medidas de crise para os vinhos, a linha de crédito bonificada de 20 milhões de euros dirigida aos produtores de flores de corte e plantas ornamentais.
O apoio excecional destinado aos sectores da carne de aves, ovos, carne de suíno ou o reforço das cadeias curtas e mercados locais, tornando elegível as ações de entrega ao consumidor final, assim como a modernização dos mercados locais, são outras formas de apoio.
“Continuaremos a acompanhar de forma muita próxima os nossos agricultores para podermos, a todo o tempo, por no terreno as medidas e as ações necessárias para que a agricultura continue a alimentar quem sempre nos alimentou”, prometeu Maria do Céu Antunes.