Estremoz assinala hoje três anos da classificação da produção dos bonecos em barro, como Património da Humanidade, pela UNESCO, dando continuidade a um trabalho de “valorização e salvaguarda desta arte”, revelou a câmara municipal.
A “Produção de Figurado em Barro de Estremoz”, vulgarmente conhecida como bonecos de Estremoz, foi classificada como Património Cultural Imaterial da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO) em 07 de dezembro de 2017, na sequência de uma candidatura apresentada pelo município do distrito de Évora.
Segundo a autarquia, “mais que um ponto de chegada”, a classificação dos bonecos de Estremoz como Património Cultural Imaterial da Humanidade, “foi um ponto de partida para um trabalho que continua a ser desenvolvido para a valorização e salvaguarda desta arte”.
Como resultados concretos deste trabalho, indicou o município, no primeiro semestre de 2021, vai ser inaugurado o Centro Interpretativo do Boneco de Estremoz, no Palácio dos Marqueses da Praia e Monforte.
No primeiro trimestre do próximo ano, adiantou a autarquia, vai ser apresentado o Laboratório de Investigação, Conservação e Restauro, que ficará instalado no mesmo edifício do centro interpretativo.
No respeitante ao laboratório, vai ser assinado um protocolo com o Centro Hércules da Universidade de Évora, para que este setor usufrua do ‘know how’ científico desta instituição que é “uma referência internacional”.
De acordo com a câmara municipal, ainda este mês vai ser entregue a certificação como produtores reconhecidos de bonecos de Estremoz, aos barristas Madalena Rolo e Zé Carlos Rodrigues.
Trata-se, segundo a autarquia, de um “momento de grande relevância, porque marca a que é certamente a maior vitória da candidatura a Património da Humanidade, a continuidade assegurada do boneco de Estremoz”.
Os bonecos de Estremoz, o primeiro figurado do mundo a receber a distinção de Património Cultural Imaterial da Humanidade, pertencem a uma arte de caráter popular, com mais de 300 anos de história.
Com mais de uma centena de figuras diferentes inventariadas, a arte, a que se dedicam vários artesãos do concelho, consiste na modelação de uma figura em barro cozido, policromado e efetuada manualmente, segundo uma técnica com origem, pelo menos, no século XVII.