Estudo revela que confiança dos portugueses nas vacinas está a aumentar

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Um estudo da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP) mostra que a confiança dos portugueses nas vacinas contra a covid-19 está a aumentar, com 63% dos inquiridos a manifestarem-se confiantes ou muito confiantes quanto à sua segurança e eficácia.

Os resultados da análise do Barómetro Covid-19 – Opinião Social, acerca da perceção sobre a vacina contra a Covid-19, foram apresentados pela diretora da ENSP na reunião de acompanhamento da “Situação epidemiológica da Covid-19 em Portugal”, que decorre no Infarmed, em Lisboa.

O inquérito verificou que o nível de confiança dos inquiridos aumentou entre setembro, quando apenas 48% dos inquiridos estava “confiante” ou “muito confiante”, e a última quinzena de novembro, com 63%.

A proporção de pessoas “nada confiantes” reduziu para menos de metade (de 16% para 7%) durante este período.

Segundo o estudo, são os adultos com idades entre os 26 e os 65 anos quem mais revela estar “pouco” ou “nada confiante” (cerca de 52%) nestas vacinas, comparativamente aos idosos (30%) ou aos menores de 25 anos (41%).

No sentido inverso, são os homens quem demonstram maior nível de confiança, com 59% a revelar estar “confiante” ou “muito confiante”, comparativamente a 47% das mulheres.

As pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores também revelam níveis mais elevados de confiança nestas vacinas.

A forma como as pessoas percecionam a informação veiculada pelas autoridades de saúde parece ter influência. São os que avaliam a informação das autoridades como “incoerente e contraditória” que menos confiam nestas vacinas (57% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”), quando comparadas às que a avaliam como “clara e compreensível” (40% destas revela estar “pouco” ou “nada confiante”), refere a ENSP em comunicado.

Quanto à intenção de tomar a vacina, quando estiver pronta, observa-se que também esta se alterou de forma positiva entre setembro, quando 26% dos respondentes pretendia “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, contra 18% durante a última quinzena de novembro.

São os idosos que revelam uma intenção mais imediata de a tomar, com apenas 6% a pretender “esperar muito tempo” ou até mesmo “não tomar”, comparativamente aos adultos com idades entre os 26 e os 45 anos (26%).

Os homens são quem diz querer “tomar a vacina logo que esteja disponível” (34%), comparativamente a 25% das mulheres. São também as pessoas mais escolarizadas e com rendimentos superiores quem revela uma intenção mais imediata de tomar.

Os dados revelam ainda que são as pessoas que percecionam maior risco de desenvolver complicações graves, caso contraiam covid-19, quem tem a intenção mais imediata de tomar a vacina, dado que cerca 28% das pessoas que percecionam “risco moderado” ou “elevado” têm a intenção de tomar a vacina logo que esteja disponível, comparativamente a 0% das pessoas que não percecionam nenhum risco.

“Também aqui a avaliação feita à informação veiculada pelas autoridades de saúde poderá estar a contribuir para a intenção de tomar a vacina, sendo que 31% das pessoas que a avalia como ‘incoerente e contraditória’ pretende esperar muito tempo ou até mesmo não a tomar”, refere a ENSP.

A equipa de investigação do Barómetro Covid-19: Opinião Social, afirma que “esta análise sugere a importância vital da utilização de mensagens claras e compreensíveis para a população acerca da segurança e dos benefícios da vacinação contra a covid-19”.

“A informação avulsa sobre taxas de eficácia das vacinas, ou sobre possíveis comprometimentos da sua segurança, sem enquadramento adequado, podem condicionar o entendimento e comportamento das pessoas perante a intenção de tomar (ou não) a vacina”, alerta a equipa de investigação.

Os dados dizem respeito a 2.257 respostas, recolhidas entre 19 de setembro de 27 de novembro.

 

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