O FC Porto ficou hoje a um ponto de garantir presença nos oitavos de final da Liga dos Campeões de futebol, ao vencer (2-0) o Marselha, que é agora o clube com mais derrotas consecutivas na prova. Apesar de não ter sido uma exibição de ‘encher o olho’ no encontro da quarta jornada do grupo C, os ‘dragões’ foram competentes e fizeram o suficiente para superar um adversário débil e adormecido, face aos tentos de Zaidu, aos 39 minutos, e de Sérgio Oliveira, aos 72, de penálti, quando a equipa portista jogava com menos um elemento, devido à expulsão de Grujic (67).
A grande penalidade cobrada pelo médio deu origem a outra expulsão por acumulação de amarelos para Balerdi, que deixou o panorama ainda mais complicado para a formação treinada pelo português André Villas-Boas, agora já sem hipóteses de seguir para os ‘oitavos’.
Contudo, a noite acabou por ser histórica pelos piores motivos para os ‘olympiens’, já que superaram o registo dos belgas do Anderlecht de 12 jogos consecutivos a perder na prova mais importante de clubes da UEFA. O último triunfo dos franceses aconteceu em 2011/12, em casa, frente ao Inter.
O grupo C é liderado pelo já apurado Manchester City, com 12 pontos, seguido do FC Porto, com nove, estando o Olympiacos, de Pedro Martins, no terceiro posto, com três. Sem qualquer ponto, o Marselha ocupa a última posição, mas ainda tem chances de atingir a Liga Europa.
Privado de duas peças chave no onze, o central Pepe e o médio colombiano Matheus Uribe, a contas com lesões, Sérgio Conceição manteve a confiança em Malang Sarr no eixo defensivo ao lado de Mbemba, enquanto para o meio-campo apostou no infeliz sérvio Marko Grujic, estreante a titular, juntamente com o capitão Sérgio Oliveira e Otávio.
De resto, Marchesín foi o dono das ‘redes’, as laterais foram entregues a Manafá e Zaidu, o melhor em campo, enquanto a dupla de ataque foi formada por Luis Díaz e Marega.
Os campeões nacionais entraram em campo já a saber da vitória tangencial (1-0) dos ‘citizens’, na Grécia, um resultado que dava uma motivação extra ao clube português para dar um passo de ‘gigante’ para alcançar, pela 12.ª vez, os ‘oitavos’ da ‘Champions’, nos quais já estão Chelsea, Sevilha, FC Barcelona, Juventus, Bayern Munique e Manchester City.
Depois da vitória esclarecedora na ronda anterior (3-0) perante os gauleses do sul, o FC Porto teve dificuldades para se impor no Vélodrome e a primeira grande chance pertenceu ao Marselha, que assumiu o controlo do jogo e conseguia jogar confortavelmente no meio-campo adversário.
Uma bola cruzada pelo avançado Florian Thauvin, no jogo 250 pelo Marselha, só parou na cabeça da referência mais ofensiva Valère Germain, que saltou entre os centrais ‘azuis e brancos’ e obrigou Machesín a aplicar-se entre os postes, aos 15 minutos.
A resposta à entrada apática surgiu apenas aos 37 minutos e pelo lateral-esquerdo Zaidu, que tirou um adversário do caminho e viu Mandanda defender com dificuldades, num lance que serviu de aviso para o que iria acontecer instantes depois, com alguma sorte à mistura.
Zaidu acabou por ser feliz ao estar no sítio certo, após um canto cobrado por Sérgio Oliveira, em que a bola sobrou para si e, já depois de uma ‘mancha’ do guarda-redes a um remate seu, foi letal na recarga para se estrear a marcar pelos portistas.
O defesa contratado ao Santa Clara estava em evidência no plano ofensivo, mas também nas tarefas defensivas, mostrando-se, mais uma vez, em grande plano, evitando aquele que seria o golo do empate, aos 61 minutos, num corte ‘in extremis’, quando Thauvin se preparava para bater Marchesín.
O FC Porto estava mais confortável no jogo, mas as entradas em campo de Benedetto, Payet e Cuisanse, de uma vez só, juntamente com a imprudência de Grujic, que recebeu ordem de expulsão, podiam ter relançado os franceses no encontro, contudo, a inexperiência falou mais alto, com um erro crasso na pior altura.
Numa reposição lateral de Corona, a apanhar toda a defensiva adormecida, Leonardo Balerdi deixou-se antecipar por Marega, que ganhou a frente do lance ao central, antes de ser derrubado em falta dentro de área. O capitão Sérgio Oliveira foi mais forte do que Mandanda e fechou o triunfo a 18 minutos do fim, de grande penalidade.
Já perto do fim, num dos últimos lances do jogo, voltou a ficar evidente que a sorte não estava do lado dos franceses esta noite, com o cabeceamento de Darío Benedetto a ir ao poste.