A vida e cultura dos Celtas sempre esteve envolvida em grandes mistérios, mais ou menos lendários, onde as fábulas se envolvem com a realidade de uma forma quase impercetível, criando inúmeros mistérios.
Um destes mistérios é um documento escrito por volta de 1000 d.C., mas que se refere a uma lenda que deveria ter pelo menos 2.000 anos. Esta lenda fala da rainha, Boadicea, que era grande heroína entre o seu povo pois tinha a capacidade de gerar muitos filhos, vários de uma vez. Isso acontecia porque se banhou enquanto grávida no cálice da vida. Pois acontece que um dia, já com a “avançada” idade de 30 anos, o seu coração parou de bater. Por sorte um druída está ao seu lado e logo toma providências.
Primeiro ele faz com que ela respire brumas para que não sinta dor, depois pega uma escrava e faz com que ela respire as mesmas brumas, então corta o peito da escrava, retira o seu coração, corta o peito da rainha e retira o coração dela. Por fim ele coloca o coração da escrava na rainha, costura com fios de ouro lavados naquele mesmo recipiente da vida, lança pequenos raios no coração e ele começa a bater novamente, finalmente fecha o tórax da rainha com os mesmos fios de ouro.
O espetacular nesta narrativa não é simplesmente a ideia do transplante, que até onde eu sei nunca apareceu em outra cultura antes disso, mas a técnica descrita, o saber que era preciso acabar com a dor, que era preciso costurar, que esta costura deveria ser feita com higiene e , que era preciso lançar uns raios (choque) no coração para que ele voltasse a bater.
Há quem diga que engolir as brumas para não sentir dor é muito semelhante à nossa anestesia de hoje, acho exagero afirmar, mas só a ideia já é genial para um período onde os gregos não faziam nem ideia do que era escrita. Dizer se tal operação foi feita ou não é muito difícil, é claro que jamais iriam aceitar que isso seria possível até se provar com muita certeza, mas alguns indícios dizem que sim.