O vereador da Cultura da Câmara de Sernancelhe disse hoje à agência Lusa que a feira digital da castanha “ultrapassou as expectativas” de todos, ao permitir a venda de 15 toneladas do produto para todo o país. “Aquilo que vendíamos em três dias presencialmente, atingimos a mesma meta e o mesmo valor de vendas ‘online’, mas nunca pensámos que venderíamos essas 15 toneladas numa feira digital”, explicou Armando Mateus.
O responsável contou à agência Lusa que “os produtores ficaram bastante satisfeitos, porque escoaram o produto a um valor mais regularizado” dentro do que a autarquia estabeleceu, “sem permitir uma desvalorização” da castanha.
“E, mais do que isso, os produtores estão muito satisfeitos, porque passado um ano complicado em que não se previa a promoção e divulgação do produto, a maior satisfação é perceberem que a marca da castanha continuou e vai manter-se a vontade de comprar a castanha de Sernancelhe”, disse.
A feira digital começou em 23 de outubro e uma semana antes houve uma pré-venda. Nas primeiras 24 horas de promoção foi vendida uma tonelada de castanhas, o que levou os responsáveis em Sernancelhe a “acreditarem que o produto iria chegar a casa dos não visitantes e outros, que são adeptos desta forma de compra”.
“Escoámos o produto nos produtores do nosso concelho e fomos a outros, nomeadamente Penedono, que pertencem à Denominação de Origem Protegida (DOP) dos Soutos da Lapa, ou seja, têm esta variedade martaínha que é de bastante qualidade e o que é certo é que a feira acabou, mas a autarquia continua a receber encomendas por ‘e-mail’ e telefone”, disse.
Armando Mateus explicou que a opção de colocar a feira digital, através da plataforma Dott, em parceria com os CTT, e através da Associação Sementes da Terra – “porque a autarquia contratou a plataforma, mas foi a associação que tratou de tudo junto dos produtores – permitiu também divulgar o concelho” de Sernancelhe.
A caixa das castanhas levava uma brochura com informação do concelho e da sua oferta turística e integrava também ‘vouchers’ de descontos de 10% em restauração, 10% em hotelaria e uma prova gastronómica nas lojas de turismo.
“Foi a forma que encontrámos de poder ajudar os outros setores que foram prejudicados com a ausência da feira física. As pessoas agora têm seis meses para utilizar os seus ‘vouchers’ e esperemos que o possam fazer em segurança a visitar o nosso concelho”, disse.
Armando Mateus acrescentou ainda que a autarquia e a associação “estão a aproveitar o balanço positivo da feira para uma outra venda de um cabaz de natal com produtos regionais ‘gourmet’, com vinhos e espumantes da região, o azeite de Sernancelhe e o mel da flor do castanheiro e um sabonete com aroma a castanha”.
Quando às próximas edições da Festa da Castanha de Sernancelhe, “que já se esperam presenciais, terão de contemplar obviamente o mercado digital, porque nunca mais se pode desligar desta versão que chega a todo o país e ilhas, de forma segura”.