A Infraestruturas de Portugal (IP) lançou o concurso público relativo à empreitada de modernização da linha ferroviária de Vendas Novas (Évora), com um preço-base de 85 milhões de euros, anunciou a empresa.
Segundo a IP, em comunicado enviado à agência Lusa, a empreitada de Modernização da Linha de Vendas Novas tem como “principal objetivo a ampliação das estações para permitir o cruzamento de comboios de 750 metros de comprimento”.
A intervenção visa potenciar “as condições de exploração” da linha e reforçar “a ligação ferroviária do Porto de Sines com as plataformas logísticas nacionais e com a Europa”.
Os trabalhos, com um prazo de execução de 36 meses, incluem a “substituição da superestrutura de via com utilização de travessas polivalentes de betão e carril 60 E1”, o “prolongamento e renovação das Estações de Muge, Agolada, Salgueirinha, Lavre e Vidigal” e a “renovação das restantes estações”.
A empreitada integra também obras de terraplanagem, drenagem e reperfilamento de taludes, 17 quilómetros de tratamento da plataforma (alguns em estações), 69 passagens hidráulicas e três pontões metálicos (que requerem suspensão de via).
O encerramento de seis passagens de nível (PN) e a construção de quatro passagens superiores rodoviárias com os respetivos restabelecimentos, a automatização de várias PN e a construção de infraestruturas de suporte à componente de sinalização e telecomunicações também constam do projeto em concurso.
A IP referiu que estão envolvidos ainda trabalhos como e reabilitação/reformulação e/ou implementação de drenagem, adaptação das instalações fixas de tração elétricas e obras em edifícios e salas técnicas, entre outros.
A linha ferroviária alvo do concurso “desenvolve-se ao longo de 69,375 quilómetros, entre Setil, onde cruza a Linha do Norte, e Vendas Novas, onde interseta a Linha do Alentejo”, atravessando os concelhos de Cartaxo, Salvaterra de Magos, Coruche, Montijo, Montemor-o-Novo e Vendas Novas, explicou a empresa.
“Atualmente, a linha é exclusivamente percorrida por composições de mercadorias, assumindo-se como um dos principais eixos de mercadorias entre Norte-Sul”, disse.
Ao circularem por este itinerário ferroviário, “os comboios de mercadorias evitam a passagem pela zona de Lisboa, que apresenta duas significativas restrições”, nomeadamente “as limitações de carga na Ponte 25 de Abril e a saturação da capacidade, sentida já na Linha de Cintura e sobretudo na Linha do Norte”.
“Assim, a Linha de Vendas Novas, que integra o Corredor Internacional Sul do Ferrovia 2020, é fundamental para promover um transporte de mercadorias mais eficiente e assim potenciar a competitividade da economia nacional”, vincou a IP.
O concurso agora lançado integra uma candidatura submetida no âmbito do COMPETE 2020, com a designação “Empreitada de Modernização da Linha de Vendas Nova”.