A transferência dos ativos e passivos do antigo banco português da Caixa Geral de Depósitos (CGD) na África do Sul será efetiva em 1 de dezembro, quando o Mercantile Bank passa a divisão do sul-africano Capitec, foi hoje anunciado.
“De acordo com o processo de venda, recebemos o consentimento da Autoridade Prudencial e do ministro das Finanças para transferir o negócio Mercantile para o Capitec. A data efetiva da transferência será o dia 01 de dezembro de 2020 e, nesta data, todos os ativos e passivos do Mercantile serão transferidos e adquiridos pelo Capitec”, lê-se num comunicado do Mercantile Bank no sítio oficial na Internet.
A nota sublinha que “a partir de 01 de dezembro de 2020, o Mercantile passará a ser uma divisão do Capitec Bank Limited”.
Nesse sentido, o banco refere que os investimentos no Mercantile “vão permanecer garantidos”, acrescentando que “a Capitec assumirá a responsabilidade por eles com base num balancete muito mais sólido”.
“Qualquer empréstimo pagável ao Mercantile passará a ser devido à Capitec e qualquer garantia que tenha sido dada em relação a tal empréstimo será transferida para a Capitec”, acrescenta o Mercantile Bank.
“Não haverá impacto adverso na cobrança de taxas bancárias e em outras taxas”, adianta.
A Caixa Geral de Depósitos, o banco público português, formalizou em 7 de novembro de 2019 a venda de 100% da Mercantile Bank Holdings Limited ao sul-africano Capitec Bank Limited por 3,56 mil milhões de rands, cerca de 215 milhões de euros ao câmbio da altura, anunciou a CGD em comunicado.
“O processo de venda da Mercantile foi iniciado em 2017, no âmbito do plano estratégico aprovado juntamente com a recapitalização da CGD”, adiantou na altura o banco público português, salientando que “em novembro de 2018, o Conselho de Ministros português elegeu a Capitec como adquirente das ações e, em outubro de 2019, as autoridades sul-africanas aprovaram a transação, conforme comunicado pela CGD em ambas as ocasiões”.
Em março de 2018, o “banco da comunidade portuguesa” na África do Sul, fundado pela CGD em 1965, em Joanesburgo, reportou um aumento de 20% nos lucros para 213 milhões de rands (11,7 milhões de euros) no ano financeiro até 31 de dezembro de 2017, segundo comunicado ao mercado.
“Isso segue-se a um crescimento no lucro líquido após os impostos de 21% em 2016 e 15% em 2015. Os ativos totais da Mercantile mais do que duplicaram desde 2011 e cresceram 9,3% em 2017 para alcançar 13,4 mil milhões de rands (736 milhões de euros). Ao mesmo tempo, os depósitos do Mercantile aumentaram 10% para 9,34 mil milhões de rands (512,9 milhões de euros)”, revelou.
Em janeiro de 2018, a International Finance Corporation (IFC), uma agência do Banco Mundial, anunciou a extensão de um empréstimo a sete anos no valor de 740 milhões de rands (40,6 milhões de euros) ao Mercantile Bank, na África do Sul, segundo comunicado do banco luso sul-africano.
O Mercantile e a IFC, referiu a nota, haviam concluído uma transação de securitização “histórica” em 2014, avaliada em 240 milhões de rands (13,1 milhões de euros), que considerou ter sido “a primeira do género na África subsaariana”.