Depois de terem vencido o prémio Ecotrophelia Portugal, duas estudantes de mestrado da Universidade de Aveiro conquistaram o galardão a nível europeu, com um produto alimentar inovador que reutiliza desperdícios.
Bárbara Vitoriano e Maria Adelaide Olim trouxeram para Portugal o Ecotrophelia Europe, considerada a maior competição europeia em eco-inovação, anunciou hoje a Universidade de Aveiro.
O ‘Orangebee’ foi desenhado por Maria Adelaide Olim, do Mestrado em Biotecnologia – Ramo Biotecnologia Alimentar, e Bárbara Vitoriano, do Mestrado em Design, e desenvolvido com mentoria dos professores Manuel António Coimbra e Elisabete Coelho, do Departamento de Química e LAQV-REQUIMTE, e Cláudia Albino, do Departamento de Comunicação e Arte e ID+.
O preparado fermentado é constituído por três partes: contém uma base de geleia de casca de laranja, um preparado fermentado com base de aquafaba (água de cozedura de leguminosas, como o grão de bico, feijão vermelho e feijão preto) e na zona superior é polvilhado, no momento de consumo, com pólen apícola, que está embalado numa película de plástico biodegradável à base de amido da batata, proveniente de subprodutos da indústria da batata frita.
“A ideia é misturar e envolver todas as texturas e sabores. Foi assim criado um produto com 80 kcal, rico em fibra e sem gordura. Esta é uma alternativa totalmente sustentável que se insere em qualquer mercado”, apresenta a Universidade de Aveiro.
Devido à presença do pólen apícola, considerado alimento funcional, fornece também uma quantidade considerável de vitaminas antioxidantes e flavonoides, essenciais na proteção do organismo contra as agressões externas. Este novo produto alimentar pode ser utilizado como sobremesa.
No preparado foi também utilizado o yacon, um produto ainda desconhecido pela maior parte da população portuguesa, por ser uma planta originária da Cordilheira dos Andes e cultivada entre as serras da Estrela e do Caramulo pela empresa Yacon Portugal.
Assemelha-se a uma batata, sendo uma fonte vegetal com um teor elevado de frutooligossacarídeos, uma fibra prebiótica com açúcares de baixo teor calórico que tem como objetivo alimentar as bactérias benéficas do nosso trato gastrointestinal.
Christoph Hartmann, da Nestlé, que liderou o júri europeu, explicou a escolha: “o produto ‘Orangebee’ tem um design bastante apelativo, muita qualidade e uma proposta de valor elevada. É um excelente contributo para o futuro da inovação alimentar.”
O Ecotrophelia Europe juntou estudantes universitários de 14 universidades de 13 países europeus, sendo a edição deste ano a quarta participação portuguesa.
Visa promover a inovação, o empreendedorismo e a competitividade do setor agroalimentar europeu, desafiando estudantes do ensino superior a desenvolverem produtos inovadores e sustentáveis.
Estudandes de Aveiro conquistam prémio europeu em inovação alimentar
