A FANTÁSTICA AVENTURA DA KIKA E DA KOA
Não havia dúvidas que tínhamos chegado a norte. As renas eram agora as donas da estrada e os mosquitos os donos dos acampamentos.
Dirigimo-nos ao parque nacional de Stora Sjöfallet com um sol forte que prometeu nunca nos deixar pela noite dentro e por uma estrada que nos guiava junto às quedas de água que teimava em seguir o seu caminho ao descongelar do cume das montanhas.
A paisagem era estonteante e logo após a chegada, embora o dia já fosse longo, pusemo-nos em busca de uma cascata que ficava por perto do local onde íamos dormir. E de facto era impossível ter terminado aquele dia de melhor forma. Não só a caminhada era linda e com vistas inacreditáveis, como a cascata era estrondosa!
No dia seguinte o único plano vigente era subir ao pico da montanha para observar lá do alto as vistas para o parque nacional.
Na caminhada percorrida até ao cume sentimos o calor intenso do sol que batia na encosta, o vento gélido que não deixava dúvidas que estávamos no Pólo Norte e pisamos a neve que o sol não conseguiu derreter até então.
Foi a primeira vez que a koa experienciou uma boa quantidade de neve e foi a loucura! Tive que lhe tirar a trela momentaneamente porque só queria correr de um lado para o outro eufórica com a sensação fresca e suave da neve nas suas patas, tanto que quase me levou de arrasto. No fim, não sei quem se divertiu mais, se ela ou eu ao vê-la correr desenfreadamente naquela liberdade imensa que só a solidão da montanha permite.
A felicidade estava estampada nos nossos rostos.
Que liberdade, que vistas fenomenais e que bom sentir a brisa fresca quando o sol nos aquece demasiado!
Aproveitámos os dias nos parques nacionais no norte ao máximo e na nossa estadia conhecemos pessoas fantásticas que quiseram connosco partilhas as suas histórias.
Chegando a hora de partir, dirigimo-nos para a costa do Báltico e vagarosamente o percurso para sul. A ideia não era descer muito, porque decidi entretanto que gostaria de assentar pelo norte durante o próximo inverno, mas até que o frio chegasse e pedisse para assentar queria ainda conhecer um pouco as cidades na zona junto ao Báltico.
Está portanto decidido que, se tudo correr bem, é pelo norte da Suécia que pretendo assentar para o inverno que se avizinha.
Digamos que a neve pela qual eu tanto esperei no inverno passado, e que nunca chegou, este ano não me pode escapar!
Felizmente tive a sorte de conhecer as pessoas certas que me levaram a explorar os melhores sítios e pude ficar já com umas ideias de onde gostaría de assentar. Ainda nada é certo, mas é bom já ter umas referências em vista.
Entretanto, ao conhecer algumas pessoas enquanto descia pela costa do Báltico, fui muitas vezes confrontada com os dedos no mapa numa zona que ainda não tinha conhecido.
Acabei então por fazer um desvio no meu plano inicial e estou agora a caminho desse sítio que todos me dizem tão especial!