O Fundão vai criar um laboratório “agrotech” que se deve afirmar como uma plataforma de testagem e demonstração de tecnologia aplicada à agricultura em contexto real e em articulação com agricultores, anunciou o presidente da Câmara, Paulo Fernandes.
“Criámos um conceito que passa por um centro de demonstração de tecnologia aplicada à agricultura (agrotech), em que estamos a convidar as ‘start-up’ do setor a testarem as respetivas tecnologias nos campos agrícolas do concelho e nas mais diferentes fileiras produtivas”, apontou.
Paulo Fernandes falava no âmbito da assinatura de um protocolo com a empresa Vera Cruz, que instalou uma produção de amêndoas no concelho e que também vai integrar o projeto de criação deste laboratório, disponibilizando os próprios terrenos para a testagem de tecnologia.
Na sessão, o autarca destacou que a condição base do projeto passa pela integração efetiva dos agricultores e produtores.
Segundo explicou, este laboratório não terá um espaço físico distribuído por salas e gabinetes, mas sim os campos e propriedades onde a tecnologia e inovação pode ser testada, tirando-a de espaços reduzidos ou de simples salas fechadas das universidades e centros tecnológicos.
Lembrando que o concelho conta com produção de amêndoa, cereja, pêssego, queijo, além da componente da pastorícia e de várias culturas tradicionais, Paulo Fernandes também apontou a diversidade de possibilidades para as empresas e para os produtores e agricultores.
Enquanto as empresas terão a oportunidade de desenvolver as respetivas tecnologias em contexto real e de as testarem nos campos e nas culturas a que se destinam, os agricultores podem beneficiar das mais-valias que essa tecnologia introduzirá na respetiva produção.
O autarca espera ainda que ‘start-up’ e agricultores possam beneficiar da troca de saber e conhecimento, num diálogo que cruza tecnologia com experiência.
A nível concelhio, as vantagens passam pela possibilidade de criar melhores condições para os empresários das diferentes fileiras e pela possibilidade de, na fase de conclusão dos produtos, poder cativar empresas.
“No futuro, cada uma das inovações pode ser um projeto que poderá atrair investimento”, apontou.
Relacionadas
Já começaram as vindimas. Há quebras de produção projetadas para praticamente todas as regiões, sendo o Alentejo a única região que mantém a produção. As associações regionais de produtores falam de quebras entre os 10 e os 30%. O clima e as doenças afetaram as colheitas. Porém o vinho vai ser de qualidade, para compensar o menor volume de produção.