É um lugar comum ouvir apelos para investir em Portugal, que o nosso País “continua” a ser um excelente mercado para “isto e para aquilo”.
Um mercado é sempre uma construção, que cresce e diminui ao longo do tempo. É dinâmico. Portugal não é, por isso, um excelente mercado.
A taxa de crescimento média e em geral, como é público, é baixa, a economia está dependente, ainda, do investimento público (ou seja, do Estado) bem como existem deficiências estruturais cujas referências se perdem em décadas de mudanças políticas.
Nesta vertente, as questões fiscais, a falta de estabilidade, têm sido sempre um problema para quem investe.
Vale, então, a pena investir em Portugal? Caso seja um fast investor, que pretende o retorno do seu dinheiro de forma rápida, por certo que não.
Ao invés, se pretender olhar para as fragilidades de Portugal e tiver como objectivo ganhar dinheiro, no tempo, resolvendo as mesmas, sim.
Portugal é seguro e terá, em breve, o maior envelope financeiro da União Europeia de que alguma vez foi alvo.
Sim, é apoio público. Mas se existe, porque não aproveitar e utilizá-lo?
Não será para todos os negócios, muito menos para os de retorno rápido. Contudo, sectores estruturantes terão apoios como antes nunca tiveram.
Em cima desse apoio, teremos medidas com vista à recuperação da economia e as que se destinam especificamente à Diáspora Portuguesa.
Tem um bom negócio onde está? Continue com ele. Pense, agora, como poderá replicá-lo, concretizá-lo, em Portugal, se o mesmo é estruturante para si, que nos lê, e para este nosso País.
E essa será a única, e boa, razão para investir. Suficiente e meritória. Todas as outras já serão demais.
Fica feito o desafio.
Carlos Nunes