Com o MODEL S a marca já tinha trilhado o seu caminho, seja ao nível do produto, do design, da inovação e da qualidade. Bastou para tal decalcar o modelo para a gama mais baixa, dotando-a de novos motores, updates no software e baterias ligeiramente diferentes. Condimentos mais que suficientes para passar a ser a coqueluche da marca.
E o design não é a parte que mais surpreende. É minimalista, “reservado” e “quase” envergonhado. Mas, tal como os alemães, é uma estética que não envelhece.
O interior aposta no arrojo do design minimalista – onde três a quatro traços o definem. Um tablier plano e sem arestas, somente com uma nervura horizontal por onde sai o ar do sistema de ar condicionado. Plásticos moles em todo o habitáculo, de excelente toque e resistentes aos ruídos parasitas. Um pequeno apontamento em madeira que transmite requinte. E, por fim, aquele que mais se destaca – o enorme ecrã central que possui toda a informação da viatura, desde o painel de instrumentos, até ao botão de abertura do porta luvas. Excetuando o espelho retrovisor central de comando manual e os “4 piscas”, tudo o resto está no ecrã central.
A consola central com muitos espaços para arrumações – sem qualquer botão – bancos envolventes (de comando elétrico), espaço interior espaçoso em pele, com bancos em pele com bom apoio lateral e muito germânicos (leia-se “rijos”), painéis laterais das portas em material mole, num misto de pele e alcântara, com a porta a abrir através de um botão que “empurra para fora” a porta, facilitando entradas e saídas.
MATERIAIS, USER
EXPERIENCE
A primeira sensação ao entrar no Tesla é que nos vamos perder na imensidão do ecrã central mas a usabilidade é de tal ordem e está segmentada por tópicos simples e intuitivos que passado meia hora (máximo) já sabemos tudo sobre este ecrã. Desde o sistema de navegação, do radar, dos sensores, das câmaras exteriores, do software de segurança, dos vários estilos de condução. Tudo é simples, intuitivo e prático.
EM ESTRADA
Entrar no Tesla pode fazer-se através da APP ou então encostando a chave (estilo cartão multibanco) ao pilar central. Aí acedemos ao habitáculo, passamos a chave na consola central (aqui sim, o local podia ser mais intuitivo) e clicamos no travão. Feito isto, basta utilizar a alavanca direita do volante e clicar para baixo (similar aos Mercedes) e engrenamos o modo D. Escolhido o modo de condução relaxado (nome em Português) arrancamos silenciosamente e encontramos uma suspensão que filtra muito bem a estrada, um conforto assinalável e uma direção direta, intuitiva e com boa leitura da estrada. Ajuda também o facto de estarmos alinhados no volante -pedais-banco.
Mudando a opção de condução para o modo Desportivo, o Tesla transfigura-se e a rapidez com que tudo acontece é devastadora. Mas além desse “enorme detalhe” outro não menos importante; curvar com o 3 é uma delícia pois basta apontar à curva e os dois motores (frente e traseiro) apontam sobre carris o modelo para o final da curva, sem derivas.
A autonomia aponta para 498kms mas na realidade serve para muito mais do que 370km numa condução totalmente despreocupada (sempre com AC ligado e ocupantes na viatura), mas tudo depende da velocidade, do modo de condução e da opção de software utilizada.
O sistema de navegação autónoma é muito bom, apresentando ainda algumas pequenas margens de melhoria. Sistema de som excelente, bem como, as opções de entretenimento: sistema de AC potente (o teto panorâmico em vidro aquece mas o AC resolve facilmente a situação, sendo que possui várias opções como a opção de o deixar ligado, ou antes de irmos para o carro, ou mesmo se deixarmos um animal no seu interior.
O sistema de carregamento deste automóvel como dos outros elétricos é já hoje banal, simples e rápido.