O ‘EyesOnTraps+’ quer prevenir as pragas nas vinhas do Douro

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O projeto ‘EyesOnTraps+’ está a desenvolver uma solução móvel para prevenção de pragas da vinha e apoio aos produtores do Douro, divulgaram as entidades promotoras.
O projeto está a ser desenvolvido pela ADVID e a Fraunhofer Portugal Research e tem como co-promotor principal a empresa GeoDouro.
De acordo com a ADVID, com o ‘EyesOnTraps+’ pretende-se desenvolver uma aplicação móvel que permita a contagem automática de pragas-chave (traça-da-uva, cigarrinha-verde, cigarrinha da Flavescência Dourada) em armadilhas na vinha, de forma a diminuir o erro humano e a maximizar o processo de análise e decisão.
Esta solução fará o registo de temperatura localizada, a monitorização automática de insetos em armadilhas e a recomendação de tratamentos para combater as ameaças identificadas.
“É um projeto em parceria que tem como objetivo a deteção de pragas de uma maneira mais expedita de modo a poder-se intervir de uma maneira mais atempada”, afirmou a diretora-geral da Associação para o Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID), Rosa Amador.
A nova ferramenta pretende apoiar os viticultores da região do Douro no processo de monitorização de pragas e na tomada de decisão contribuindo para o uso sustentável dos pesticidas.

Alterações climáticas aumentam pragas

As pragas que afetam as videiras e as uvas desenvolvem um maior número de gerações anuais, o que aumenta a sua nocividade, dificultando a sua correta monitorização e posteriormente o seu controlo eficaz, explicam os responsáveis pelo ‘EyesOnTraps+’.
Por outro lado, segundo a ADVID, verifica-se o aparecimento de novas pragas emergentes que poderão comprometer seriamente a viabilidade desta cultura.
A associação sediada em Vila Real referiu que a “imprevisibilidade desta ameaça e a dificuldade em monitorizar o grau de risco dificulta a definição de estratégias eficazes que reduzam o número de tratamentos fitossanitários a aplicar”.
Segundo explicou, a monitorização de insetos na vinha é atualmente realizada recorrendo a armadilhas (sexuais e cromotrópicas).
No entanto, refere, a correta “contagem e identificação de insetos é uma tarefa consumidora de tempo e recursos” e “a alteração do padrão de distribuição dos insetos faz com que, por vezes, o correto reconhecimento de insetos exija a contribuição de especialistas em taxonomia, tornando o processo de diagnóstico moroso, estanque e suscetível a erros”.
Com o ‘EyesOnTraps+’ poderá ser feita a emissão de alertas ou avisos aos viticultores.
“Estes alertas darão indicação mais precisa dos períodos ideais para a realização das estimativas do risco das pragas, suportando o correto posicionamento de tratamentos inseticidas, maximizando a sua eficácia e promovendo o seu uso sustentável”, explicou a associação, em comunicado.
O sistema está desenhado de forma modular e escalável, para suportar a deteção de novas pragas e de auxiliares capturados nas armadilhas, permitindo no futuro a identificação de espécies não consideradas no projeto.
O objetivo é que, no final do projeto, se obtenha uma solução móvel e comercializável para o mercado.
Neste projeto participam ainda vários representantes do setor do vinho, entre os quais a Sogevinus Quintas, a Adriano Ramos Pinto Vinhos e a Sogrape Vinhos.
O projeto tem um financiamento de 410 mil euros, cofinanciados em 292 mil euros pelo Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), e deverá estar concluído até ao final de 2021.

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