O governo britânico incluiu hoje Portugal na lista dos países com “corredores de viagem” para Inglaterra cujos passageiros ficam isentos de cumprir uma quarentena de duas semanas imposta devido à pandemia Covid-19.
“Os dados também mostram que agora podemos adicionar Portugal aos países incluídos nos corredores de viagens”, disse o ministro dos Transportes, Grant Shapps, através da rede social Twitter.
Um comunicado divulgado pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) indica que a decisão entra em vigor às 04h do próximo sábado, dia 22 de agosto. “Isto significa que a partir desta data todas as viagens para Portugal são consideradas seguras pelo Governo britânico e nenhuma pessoa, chegando ao Reino Unido proveniente de Portugal, ficará sujeita à obrigação de um período de quarentena”, lê-se no comunicado.
O MNE considera esta decisão como “muito importante” já que permitirá repor a habitual mobilidade de pessoas entre Portugal e o Reino Unido, “qualquer que seja o motivo das deslocações: turismo, exercício de atividades profissionais, motivos familiares, realização de estudos, intercâmbio académico ou outras”.
Considera ainda que a decisão do governo britânico tem articular relevância “para os mais de 300 mil portugueses que residem no Reino Unido, bem como para os mais de 30 mil britânicos que escolheram Portugal para viver”, e ainda para “as muitas centenas de estudantes portugueses em universidades britânicas e trabalhadores e quadros profissionais que têm de se deslocar regularmente entre os dois países”.
Em sentido contrário, o Reino Unido decidiu que Croácia, Áustria e a ilha de Trinidad e Tobago, nas Caraíbas, vão ser retiradas da lista devido ao crescente número de infeções, tal como tinha acontecido na semana passada com França, Países Baixos, Mónaco, Malta, as ilhas Turcas e Caicos e Aruba, e anteriormente com Bélgica, Andorra, Bahamas, Espanha e Luxemburgo.
“Como acontece com todos os países de ponte aérea, esteja ciente de que as coisas podem mudar rapidamente. Viaje apenas se estiver satisfeito com a quarentena inesperada de 14 dias, se necessário”, salientou o ministro dos Transportes britânico, falando por experiência própria, pois teve de ficar 14 dias em isolamento ao voltar de férias em Espanha.
Portugal junta-se assim a um grupo reduzido de países que foram adicionadas à lista de “corredores de viagem” com o Reino Unido desde meados de julho, que incluem a Estónia, Letónia, Eslováquia, Eslovénia, o arquipélago de São Vicente e Granadinas, Brunei e Malásia.
O ministro dos Transportes, Grant Shapps, explicou na semana passada que os países com mais de 20 casos por 100.000 habitantes numa média móvel ao longo de sete dias passam a ser considerado de risco, mas que abaixo deste valor são considerados seguros.
De acordo com o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças, Portugal tem vindo a registar um decréscimo no número de infeções, tendo registado 27,8 casos por 100.000 habitantes nas últimas duas semanas.
Portugal, tal como a Suécia e Estados Unidos, esteve sempre fora da lista britânica dos destinos seguros, decisão que o governo português questionou por considerar não ser “baseada nos factos e nos números que são públicos”.
O Reino Unido é o principal mercado emissor de turistas para Portugal, tendo representado cerca de 20% do total em 2019.