“Não é vergonha nenhuma usar máscara” foi a mensagem passada vezes sem conta aos utentes da praia da Barra, em Ílhavo, no distrito de Aveiro, que foram abordados durante uma campanha de prevenção de Covid-19.
A terceira edição da campanha #RespeitoPelaVida, levada a cabo pela Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM), incidiu, sobretudo, nas pessoas que não estavam a usar máscara nos passadiços e no paredão.
“Perguntámos porque é que as pessoas não estão a usar a máscara. Algumas delas têm as máscaras nos bolsos e nas malas, mas insistimos que apesar de estar ao ar livre e ser uma zona de praia, é uma zona de circulação e por isso devem usar máscara”, disse à Lusa Carla Araújo, membro da SRCOM.
Teresa Oliveira, de Viseu, estava a passear com o marido no paredão sem qualquer equipamento de proteção individual, quando foi surpreendida pelos voluntários e médicos da SRCOM.
“No paredão vemos uma quantidade grande de pessoas que circulam em sentidos contrários e se eu estiver infetada e passar por si posso contagiá-la”, explicou Carla Araújo, enquanto uma voluntária oferecia a cada um deles uma máscara social para colocarem.
“Deixámos a máscara no carro, porque como andamos ao ar livre, não dei muita importância, mas já percebemos que convém usar”, disse Teresa Oliveira.
Outra das situações que deixaram preocupados os médicos da SRCOM foi um vendedor de bolas de berlim na praia, que estava a utilizar somente uma viseira.
“A viseira sem uma máscara tem menos utilidade, porque se aquele senhor tossir, as gotículas vão se propagar no sentido vertical, em cima das bolas de berlim ou em cima dos próprios clientes que estão sentados no areal”, disse Carla Araújo.
A médica da equipa coordenadora da campanha #RespeitoPelaVida realçou ainda que este vendedor, que disse lidar com cerca de 700 clientes por dia, não tinha sequer um gel desinfetante.
“Não há medidas de higienização de mãos, nem de proteção de boca e nariz e, por isso, percebemos que se ele estiver infetado, podemos ter aqui um surto”, sublinhou Carla Araújo.
Já no que diz respeito ao areal, a médica considera que as regras emanadas pela Direção-Geral de Saúde (DGS) estão a ser respeitadas, com “as famílias e os aglomerados separados pelo menos três metros”.
“Se eu respeitar as medidas, estou a respeitar a minha vida e estou a respeitar a vida do próximo, porque qualquer um de nós pode ficar contagiado. O vírus ainda não desapareceu, porque nem temos vacina, nem temos uma cura”, lembrou Carla Araújo.
Ordem dos Médicos do Centro sensibiliza utentes das praias de Aveiro a usar máscara
