O presidente da Câmara de Viana do Castelo anunciou uma missa campal, a 20 de agosto, em honra da Senhora d’Agonia que decorrerá no espaço público situado em frente ao templo da padroeira dos pescadores e que terá capacidade para 800 pessoas.
“Todo o espaço ajardinado em frente ao santuário de Nossa Senhora d’Agonia vai ser vedado. Vamos lá colocar 800 cadeiras. Haverá pontos de entrada e de saída, para que se cumpram todas as regras e se possa celebrar a padroeira da cidade”, afirmou o José Maria Costa.
Este ano, pela primeira vez em mais de 248 anos, a Romaria d’Agonia, que decorre entre os dias 19 e 23 e que são habitualmente vividos nas ruas da cidade, serão celebrados em formato digital, devido às restrições impostas pela pandemia de Covid-19.
O autarca socialista explicou que o acompanhamento da missa campal vai decorrer em “articulação com a paróquia de Monserrate e o apoio dos escuteiros”.
“Normalmente não tínhamos tanta gente na celebração eucarística. Este ano, como não há procissão não vem tanta gente. Há um espaço confortável e com distanciamento social para que as pessoas possam cumprir as regras”, disse.
Em causa está a celebração do dia 20 de agosto, dedicado a Nossa Senhora d’Agonia, padroeira dos homens do mar.
Inicialmente tinha sido anunciado que a data seria celebrada presencialmente, na igreja que lhe está dedicada no Campo d’Agonia, mas com limitações determinadas pelas autoridades de saúde e pela Confederação Episcopal Portuguesa relativamente às celebrações litúrgicas.
Momento simbólico na doca
Além da missa campal, José Maria Costa adiantou que, na doca, onde o bispo da diocese celebrava a homilia, antes da procissão ao mar e ao rio, haverá outro momento simbólico.
“Será instalada a traineira Monsenhor Daniel Machado, onde o bispo habitualmente fazia a celebração, e no seu interior será colocada uma imagem da Senhora d’Agonia”, especificou.
José Maria Costa adiantou também que “a comissão de festas vai colocar quatro carros alegóricos em exposição nas praças principais da cidade para dar um sinal de festa, apesar dos constrangimentos” impostos pela pandemia.
“Um dos carros terá o cartaz da festa, e o outro será o da famosa Caravela”, referindo-se a um dos carros emblemáticos do cortejo histórico-etnográfico.
Relativamente aos restantes dois carros alegóricos, não desvendou mais pormenores.
Este ano, segundo José Maria Costa, Câmara vai dar um apoio de cerca de 150 mil euros à comissão de festas para suportar as iniciativas que vão assinalar a edição 2020, como “exposições, produção de conteúdos, fogo de artificio para as alvoradas, entre outras.
“Este ano, o valor é muito menor. Normalmente, nas festas da Agonia tínhamos um investimento, quer de transferências de verbas do município, quer de exploração do terrado pela comissão de festas, de meio milhão de euros. (…) Não se podia fazer a festa nos moldes convencionais, mas há coisas que poderíamos e deveríamos fazer para dar a cidade um ar de festa para quem nos visita”, referiu.
O culto à Senhora d’Agonia tem a sua primeira referência escrita em 1744. Já a procissão ao rio e ao mar, em sua honra, cumpre-se sempre a 20 de agosto, desde 1968, número que, habitualmente, juntava milhares de pessoas nas margens do rio Lima para ver e saudar a procissão, envolvendo mais de uma centena de embarcações de pesca e de recreio.
O programa completo das Festas D’Agonia 2020 pode ser consultado em https://www.festasdagonia2020.com/festas-agonia/programa-completo/