A Peregrinação Internacional de agosto ao Santuário de Fátima, que há 48 anos integra a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado começa hoje, na Cova da Iria.
A peregrinação, que decorre hoje e amanhã, é a terceira após o desconfinamento e a primeira, desde o início da pandemia de Covid-19, em que estão registados grupos estrangeiros.
São normalmente esperados milhares de emigrantes portugueses que aproveitam as férias de verão para se deslocar a Fátima, mas este ano os números são reduzidos.
Segundo uma nota do Santuário de Fátima, “a peregrinação de agosto é marcada sempre pelo calor da diáspora, mas este ano, em virtude da pandemia, a mobilidade das pessoas está mais comprometida”.
“Ainda assim estão registados sete grupos da Alemanha, Espanha, Costa do Marfim, Sri Lanka, Itália e Polónia. Todas estas participações já foram agendadas depois do inicio do desconfinamento e é a primeira grande peregrinação aniversária do ano que regista a inscrição de grupos estrangeiros”, lê-se. Mas o Santuário avança que houve cancelamentos e estão confirmados grupos da Espanha, Itália e Polónia.
Em 2019, estiveram inscritos 212 grupos estrangeiros e 68 portugueses, referiu à agência Lusa fonte do Santuário de Fátima, salientando que a maior dificuldade neste momento “prende-se com a falta de mobilidade das pessoas”, especialmente grupos estrangeiros que “vêm de outros continentes onde a pandemia continua ainda muito ativa e com muitas restrições à mobilidade das pessoas”.
A peregrinação de agosto tem por tema ‘Entre a incerteza e a esperança há uma ponte em construção’ e vai ser presidida pelo bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, José Traquina.
Este ano mantém-se o gesto característico da oferta de trigo pelos peregrinos na peregrinação aniversária de 13 de agosto. “Este gesto realiza-se este ano pela 80ª vez. A sua história remonta a agosto de 1940, quando um grupo de jovens da Juventude Agrária Católica, de 17 paróquias da diocese de Leiria, ofereceu 30 alqueires de trigo, destinados ao fabrico de hóstias para consumo no Santuário de Fátima”, explica a nota do Santuário de Fátima.
Desde aquele ano, os peregrinos, tanto de Portugal como até do estrangeiro, têm vindo a dar continuidade a este ofertório.
Durante o ano de 2019 foram oferecidos 8060 quilos de trigo e 545 quilos de farinha. Consumiram-se, no Santuário, aproximadamente 15.500 hóstias e 1.089.000 partículas.
O programa da Peregrinação mantém-se idêntico ao celebrado este ano, desde maio. No dia 12, às 21h30 haverá a recitação do Rosário, seguido da Procissão das Velas e da celebração da Palalvra no Altar do Recinto. No dia 13, às 9h, haverá novamente o Rosário internacional, seguido, às 10h da Missa Internacional, com a Bênção dos Doentes. A peregrinação terminará com a Procissão do Adeus.
Esta peregrinação assinala a quarta aparição de Nossa Senhora, a única que teve lugar noutra data, a 19 de agosto, e noutro lugar – numa zona chamada Valinhos, a cerca de três quilómetros da Cova da Iria e a poucas centenas de metros da casa de Lúcia.
Ao contrário do que havia sucedido anteriormente, as crianças não puderam deslocar-se à Cova da Iria no dia 13 já que, contra a vontade deles e da família, o administrador de Ourém levou-as para sua casa, ali as mantendo do dia 13 ao dia 15, para evitar a sua presença no lugar das aparições. Durante esses dias as três crianças foram interrogadas sobre o teor do segredo que haviam recebido.
Peregrinação de agosto em Fátima é primeira após pandemia com grupos estrangeiros
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