A Câmara de Ílhavo prevê a reabertura do Navio-Museu Santo André para abril de 2021, após as obras de recuperação e transformação que estão a decorrer, num investimento de um milhão de euros, comparticipado por fundos comunitários.
“Esta é a grande transformação de fundo desde que o navio está nas mãos da câmara municipal, há 20 anos”, disse o presidente da autarquia, Fernando Caçoilo, durante uma visita às obras de recuperação do navio que decorreu hoje de manhã.
O navio foi rebocado no dia 15 de maio para os estaleiros da Navalria, em Aveiro, e dois meses depois entrou em doca seca, onde se encontra atualmente.
Além dos trabalhos de recuperação e manutenção, a obra inclui a transformação do navio, no âmbito de um novo plano de museografia.
“Vamos criar uma narrativa de viagem para, quem nos visitar, saber de antemão como era a vivência de tudo aquilo que se passava neste navio. E, portanto, esta vai ser uma história bem diferente”, disse o autarca.
Uma das novidades será a possibilidade de os visitantes poderem ter acesso à casa das máquinas do navio, que terá também melhores condições de acessibilidade.
“Será uma vida nova no navio muito mais rica, numa perspetiva de transmitir às pessoas aquilo que ele representou no passado”, assinalou Fernando Caçoilo.
O presidente da câmara adiantou ainda que, após esta intervenção, o Navio-Museu irá regressar ao Jardim Oudinot, na Gafanha da Nazaré, onde será construída uma nova receção, mantendo “um papel fundamental” na ligação ao Museu Marítimo.
“Enquanto o Museu Marítimo está muito virado para a faina dos dóris, da década 20 e 30 do século passado, este navio representa a pesca de arrasto, da década de 70 e 80 do século passado”, explicou.
Em 2021, o navio comemora 72 anos de vida, 48 dos quais foram passados na pesca do bacalhau, ao serviço da Empresa de Pesca de Aveiro.
Este arrastão lateral (ou “clássico”), com 71,40 metros de comprimento e porão para vinte mil quintais de peixe (1.200 toneladas), foi desmantelado em 1997.
Nessa altura, a autarquia, em conjunto com o armador do navio, à época, decidiu transformar o velho Santo André em navio-museu que veio a abrir ao público em 2001.