Centro para dinamizar Património Agrícola Mundial em Montalegre vai custar 900 mil euros

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Montalegre vai acolher um centro dinamizador do Património Agrícola Mundial, classificação atribuída ao Barroso em 2018, num investimento previsto de 900 mil euros que pretende recuperar edifícios degradados do Estado.
“Queremos que passe a ser um elemento dinamizador de tudo de bom que tem o Barroso e que pode alavancar outras atividades, seja na área agrícola, rural ou turística”, afirmou António Montalvão, da Associação de Desenvolvimento da Região do Alto Tâmega (ADRAT).
O projeto foi apresentado , em Montalegre, na presença da secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira.
Um conjunto de sete edifícios dispersos por nove hectares deram vida ao centro de formação agrícola da Aldeia Nova, no concelho de Montalegre.
O espaço fechou há mais de 15 anos e dois dos edifícios, que foram deixados ao abandono, vão ser agora recuperados e reaproveitados para servirem o Património Agrícola Mundial, distinção atribuída a Boticas e Montalegre em 2018 pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Ali será instalado um centro de estudo, divulgação, investigação e até de degustação dos Sistemas Importantes do Património Agrícola Mundial do Barroso (GIAHS/SIPAM).
Está a ser preparada uma candidatura para submeter até ao final de setembro ao programa PROVERE, que já tem cativa uma verba para este projeto que tem um investimento previsto de 900 mil euros.
António Montalvão referiu que o projeto passa por “aproveitar um património que está desprezado” e transformá-lo num “ativo importante para o território” e para os fatores que sustentaram a classificação: a paisagem, produtos, cultura, ambiente e a água.
O Barroso foi o primeiro território português a integrar o SIPAM e um dos primeiros a ser aprovado na Europa.
Neste centro pretende-se dar a conhecer o projeto da FAO e, ao mesmo tempo, angariar contributos para a preservação do bem.
“Da mesma forma que atribuíram ao Barroso esta classificação, também a podem tirar. Agora é preciso preservar e ainda há muito trabalho para fazer”, referiu o responsável da ADRAT.
O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, considerou que o centro é um “projeto estruturante” que agrega “várias iniciativas, dinâmicas e atividades que vão ser potenciadoras de desenvolvimento, de criação de postos de trabalho e de fixação de pessoas”.
“Este selo só se preserva se investirmos na valorização do território”, salientou.
O autarca socialista espera que, posteriormente, também possam ser reaproveitados os restantes edifícios do empreendimento.
O presidente da Câmara de Boticas, Fernando Queiroga, referiu que o projeto “é uma das alavancas” do Património Mundial e destacou a formação aos agricultores do território, compatibilizando a inovação com as práticas ancestrais e tradicionais de trabalhar a terra, um dos critérios destacados pela FAO.
O autarca social-democrata disse ainda que o território quer um “tratamento igual”, frisando que a região “tem riqueza e oportunidade” e que “só quer um sinal”.
“O nosso compromisso é apoiar científica e tecnologicamente o desenvolvimento deste projeto. Há mutas ideias que estão a ser trabalhadas, nomeadamente a complementaridade com outros projetos que estão a ser desenvolvidos”, afirmou Orlando Rodrigues, do Instituto Politécnico de Bragança (IPB).
Por sua vez, a secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira, realçou o empenho do Governo “em apoiar esta classificação”, considerando que é um “excelente exemplo” e um motivo de “orgulho para o país”.
“Temos todo o interesse em apoiar este tipo de iniciativas”, referiu a governante.
Isabel Ferreira disse que é preciso “olhar para os recursos endógenos sempre numa perspetiva não exclusivamente de preservação, mas sim de exploração socioeconómica sustentável económica e ambientalmente”.
“Mas é muito importante saber explorar estes recursos endógenos que existem”, sustentou.

 

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