A ativista ambiental sueca Greta Thunberg é a vencedora da primeira edição do Prémio Gulbenkian para a Humanidade, no valor de um milhão de euros.
A decisão foi revelada hoje , o presidente do júri e ex-Presidente da República Jorge Sampaio, numa mensagem áudio dirigida à cerimónia de apresentação do prémio.
Jorge Sampaio salientou que “a forma como Greta Thunberg conseguiu mobilizar as gerações mais novas para a causa do clima e a sua luta tenaz por mudar um status quo que teima em persistir”, são características que fazem dela “uma das figuras mais marcantes da atualidade”.
O presidente do jurí salientou ainda que a adolescente sueca “conseguiu mobilizar as gerações mais novas para a causa do clima”.
Jorge Sampaio frisou ainda que recai sobre a jovem Greta Thunberg “a enorme responsabilidade de consolidar o seu papel de pedagogia e de liderança no combate contra as alterações climáticas como condição do desenvolvimento sustentável, para o qual a atribuição deste Prémio pretende contribuir”.
“Com a atribuição deste Prémio”, afirmou por sua vez a presidente da Fundação Calouste Gulbenkian, Isabel Mota, “a Fundação sublinha o seu compromisso para com a urgência da ação climática, contribuindo para uma sociedade mais resiliente e preparada para as alterações globais, protegendo em especial os mais vulneráveis”.
Greta Thunberg diz, por seu lado, “estar extremamente honrada” por vencer o Prémio Gulbenkian para a Humanidade.
Greta Thunberg foi escolhida entre 136 nomeações, correspondendo a 79 organizações e 57 personalidades, provenientes de 46 países.
Parte do prémio doado à SOS Amazónia
Num video, no qual agradeceu à Fundação Calouste Gulbenkian, Greta Thunberg revelou que o prémio será aplicado pela Fundação Thunberg em projetos de combate à crise climática e ecológica, de forma a ajudar os que enfrentam os piores impactos desta crise, particularmente a sul.
A Fundação Thunberg começará por doar os primeiros 200 mil euros à ‘SOS Amazonia Campaign’, da Fridays for Future Brazil, que combate a Covid-19 na Amazónia, e à Stop Ecocide Foundation para tornar o ecocídio um crime internacional.
A jovem ativista diz que “ estamos a viver uma situação de emergência” e revela que a sua Fundação “irá doar o dinheiro do Prémio, o mais rapidamente possível, a organizações e projetos que lutam por um mundo sustentável e defendem a natureza, apoiando pessoas que enfrentam os piores impactos da crise ecológica e climática, particularmente as que vivem no Global South.
Nascida em 2003, Greta Thunberg alcançou uma grande projeção internacional ao alertar para a crise existencial que a humanidade enfrenta em virtude das alterações climáticas.
Foi considerada pela ‘Time Magazine’ uma das 100 pessoas mais influentes do mundo, tendo sido eleita ‘Personalidade do Ano’ pela mesma publicação em 2019.
No mesmo ano, a revista ‘Forbes’ incluiu-a na lista das ‘100 Mulheres mais poderosas de 2019’, e teve duas nomeações consecutivas para o Prémio Nobel da Paz (2019 e 2020).
O Prémio Gulbenkian para a Humanidade, atribuído anualmente, no valor de um milhão de euros, pretende distinguir pessoas e/ou organizações de todo o mundo cujas contribuições para a mitigação e adaptação às alterações climáticas se destacam pela originalidade, inovação e impacto.
Greta Thunberg: Prémio Gulbenkian para a Humanidade 2020
Greta Thunberg é a vencedora do 1º Prémio Gulbenkian para a Humanidade – Alterações Climáticas.A sua capacidade de inspirar e mobilizar os mais jovens para a causa do clima, marcando a diferença nesta área, ditou a decisão do júri.A jovem ativista sueca vai aplicar o milhão de euros do Prémio em projetos de combate à crise climática, especialmente a Sul. Saiba mais: https://gulbenkian.pt/noticias/greta-thunberg-vence-premio-gulbenkian-humanidade/
Publiée par Fundação Calouste Gulbenkian sur Lundi 20 juillet 2020