O Governo português lançou, através da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas e em parceria com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, um programa editorial que visa dar a conhecer autores da diáspora portuguesa, aprofundar o conhecimento sobre as comunidades lusas e promover a língua portuguesa.
Este protocolo permitirá apoiar a divulgação de documentos relevantes da Diáspora Portuguesa no mundo, estando já definidas três coleções de obras e documentos: coleção ‘Comunidades Portuguesas- Estudos e documentos sobre Diáspora Portuguesa’, coleção ‘Comunidades Portuguesas – Textos de criadores da Diáspora’ e coleção ‘Biblioteca de Textos Fundamentais sobre Política Externa’.
“Estes projetos editoriais serão definidos por um Conselho Editorial Independente, não remunerado, a quem compete selecionar e dar parecer sobre os aspetos literários, científicos e culturais”, informou a Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas, numa nota de imprensa. Este conselho editorial é liderado pelo embaixador Luís Filipe de Castro Mendes e conta com o escritor Onésimo Teotónio Almeida, o académico Ivo Castro e a investigadora Margarida Calafate Ribeiro.
Na cerimónia de assinatura do protocolo, que decorreu no Ministério dos Negócios Estrangeiros, o embaixador Castro Mendes disse que a três grandes linhas programáticas desta ação conjunta assentam “na vontade de trazer a público, quer em edição em papel, quer mais frequentemente em edição digital, textos herméticos ou dificilmente acessíveis de documentos, estudos, ensaios, memórias e imagens que dêem testemunho e contribuam para um melhor conhecimento das comunidades portuguesas e de origem portuguesa espalhadas pelo mundo” e ainda no projeto de publicar “obras de criação literária inéditas ou dificilmente acessíveis de autores portugueses da diáspora, nomeadamente os galardoados com os prémios Ferreira de Castro, da Secretaria de Estado das Comunidades Portuguesas”.
Autores da diáspora “merecem ser conhecidos”
Deverá ainda privilegiar a publicação de “textos fundamentais de política externa, quer obras clássicas, quer obras visivelmente relevantes sobre temas de atualidade”, avançou o embaixador Castro Mendes.
Para o diretor de Edições e Cultura da Imprensa Nacional-Casa da Moeda, Duarte Azinheira, é de destacar o facto deste protocolo “ter uma presença muito grande em temos de edição digital”, um formato “que atualmente permite alcançar um público completamente diferente”. E referiu que a Imprensa Nacional-Casa da Moeda, por conta da pandemia, antecipou todos os projetos que tinham previstos para este ano em formato digital e nos últimos dois meses e meio a instituição colocou já colocou disponíveis cem edições no site da instituição.
“Com este protocolo vamos dar a conhecer autores portugueses da diáspora, que muitas vezes publicam na língua do país onde estão e têm muita dificuldade em publicar em português”, destacou a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas na assinatura do protocolo, acrescentando que estes “merecem ser conhecidos”.
Berta Nunes referiu ainda que esta parceria com a Casa da Moeda, vai permitir aprofundar o conhecimento sobra as comunidades portuguesas, valorizar a língua portuguesa e os espaços de realização cultiral, científica e social nas comunidades e “possibilitar uma maior ligação das comunidades a Portugal e das comunidades entre si”.
As linhas editoriais agora lançadas integram o plano de ação cultural para as comunidades portuguesas, de que já faz parte o Prémio Literário Ferreira de Castro, e que no futuro pretende criar uma rede de espaços museológicos da emigração e promover a digitalização dos acervos dos Gabinetes de Leitura e Grémios Literários portugueses no Brasil.
Ana Grácio Pinto