O cemitério português de Boulogne-sur-mer, em França, que alberga 44 campas de combatentes portugueses da Primeira Guerra Mundial vai ser reabilitado, anunciou hoje o Estado-Maior-General das Forças Armadas após chamada de atenção para a degradação do local.
“O Estado-Maior-General das Forças Armadas (EMGFA), em apoio à Liga dos Combatentes, prevê iniciar em julho os trabalhos de recuperação do Monumento situado no cemitério de Boulogne-sur-mer e 44 campas de combatentes portugueses, em França”, pode ler-se em comunicado divulgado hoje pelo EMGFA no seu site.
As obras deste memorial erguido em 1938 vão ser supervisionadas pelo adido de Defesa da Embaixada de Portugal em Paris, o coronel Hilário Peixeiro, que considera que esta intervenção vai trazer “dignidade” a este lugar de homenagem aos combatentes nacionais.
“A empresa vai fazer uma reparação geral ao elemento central. Esse monumento tinha já vários problemas a nível da sua estrutura, incluindo infiltrações que vão ser tapadas e limpas. O memorial não vai mudar de forma, mas vai poder ser visitado com toda a dignidade. As lápides também vão ser limpas”, indicou o coronel Peixeiro em declarações à agência Lusa.
Esta intervenção está prevista desde janeiro, segundo o coronel Peixeiro, mas o mau estado do tempo no norte de França foi adiando as obras. O início dos trabalhos, que deveria ter acontecido em maio, acabou também por ser atrasado devido à pandemia de covid-19.
A data prevista para a conclusão desta obra é final de setembro, a tempo de uma pequena celebração de homenagem aos soldados portugueses que estão neste cemitério, que é maioritariamente dedicado aos soldados vindos da Commonwealth para combater na Primeira Guerra Mundial.
Segundo o coronel Peixeiro, a próxima intervenção será no cemitério português de Richebourg, que acolhe as lápides de cerca de 1.800 soldados portugueses e recebeu obras aquando o centenário da Primeira Guerra Mundial, mas onde ainda há duas pequenas casas que precisam de reparações nos telhados.