O Dia Mundial da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) assinala-se a 21 de junho. No dia anterior, a Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) promove uma sessão online de esclarecimentos sobre esta doença degenerativa.
A ELA é uma doença neurodegenerativa que evolui de forma progressiva e incapacitante, com envolvimento dos neurónios motores e consequente atrofia muscular, lembra a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que vai assinalar esta data com a realização do webinar ‘Esclerose Lateral Amiotrófica: em que ponto estamos?’.
“O objetivo da sessão é esclarecer, divulgar e tomar consciência sobre uma doença que afeta pessoas de todo o mundo. Queremos ainda realçar a necessidade de mais estudos para que se possa chegar ao tratamento curativo da doença num futuro tão breve quanto possível”, explicam Alexandra Mineiro e Iolanda Mota, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, que vão marcar presença nesta sessão.
A sessão acontece hoje, 20 de junho, pelas 14h, e pode ser assistida no Facebook da SPP ou através da plataforma https://pneumologia-elearnings.pt/
A ELA requer uma abordagem multidisciplinar que deve incluir a Pneumologia já que à medida que a doença progride, a respiração fica comprometida.
“O diagnóstico e tratamento dos problemas associados à insuficiência respiratória faz-se, essencialmente, por exames de função respiratória, técnicas de ventilação não invasiva e outros equipamentos específicos na área da Pneumologia”, referem Alexandra Mineiro e Iolanda Mota.
As especialistas recordam ainda que “os cuidados respiratórios, nomeadamente a reabilitação respiratória e o apoio de enfermagem nas equipas multidisciplinares, são fundamentais para a prevenção e redução do número de infeções nestes doentes e, desta forma, contribuem para reduzir os internamentos e o aumento da esperança média de vida”.
Nos últimos anos, segundo a Sociedade Portuguesa de Pneumologia, as estimativas da prevalência da Esclerose Lateral Amiotrófica em Portugal são da ordem de 6 a 10 por 100 mil habitantes.
A Sociedade Portuguesa de Pneumologia lembra que não há ainda tratamento para esta doença, existindo apenas um medicamento aprovado em Portugal para os doentes e que reduz a velocidade de progressão da doença, podendo aumentar a sobrevida – em média, os doentes vivem dois a três anos após o início dos sintomas, 25% vivem mais de cinco anos e apenas 5 a 10% até dez anos.
“Os tratamentos não revertem as lesões produzidas pela doença, mas permitem atrasar a progressão dos sintomas e reduzir complicações, além de conferirem ao doente maior conforto e autonomia”, referem Alexandra Mineiro e Iolanda Mota.