Central de carvão nas proximidades de Pequim: energias fósseis são as maiores responsáveis pelas emissões mundiais de CO2.

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Meio mundo parou para se proteger do novo coronavírus. Comércio, restaurantes, indústrias, transportes: em muitos países, tudo fechou, enquanto populações inteiras se confinaram em casa. Mesmo assim, a queda de emissões mundiais de CO2 foi de apenas 5,5%. No balanço do ano, deve chegar a 8%, conforme as estimativas da Agência Internacional de Energia (AIE).

Trata-se da queda mais significativa desde a Segunda Guerra Mundial, possível graças a um contexto excepcional. Os esforços para conter a pandemia evidenciaram o quanto as metas de redução de emissões de gases de efeito estufa são um objetivo difícil de atingir.

O Acordo de Paris sobre o Clima prevê que, para limitar o aquecimento do planeta em 1,5°C até o fim deste século, será necessária uma queda de 7,6% de CO2 por ano até 2030. “O fato de ser um objetivo de probabilidade baixa não quer dizer que não deva ser colocado. O papel dos cientistas é dizer que o desejável é não ultrapassar 2°C”, argumenta o cientista Emílio La Rovere, coordenador do Laboratório Interdisciplinar de Meio Ambiente e o Centro de Estudos Integrados sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas, da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro).

Esforço conjunto para atingir objetivos

Para Arnaud Schwartz, presidente da organização ambiental France Nature Environnement, uma das mais importantes da França, a experiência do combate à Covid-19 ressalta o quanto os países precisam intensificar as medidas para poluir menos, principalmente no setor energético e de transportes.

“A redução de gases de efeito estufa que obtivemos em alguns meses de confinamento corresponde ao que devemos fazer a cada ano: 10% a menos por ano. Significa que precisamos desacelerar ao longo do ano, em especial nas atividades que são mais impactantes”, indica Schwartz. “Todos podem contribuir. Podemos rever as nossas práticas, por exemplo, em termos de deslocamentos: os de menos de 10 quilômetros não precisam, sistematicamente, de um veículo. Podem ser feitos apenas com a nossa força física.”

Crise ameaça New Green Deal europeu; pressão aumenta por retoma verde

Num contexto de crise económica sem precedentes, causada pela pandemia, o desafio tende a ser ainda mais árduo. A prioridade dos governos é uma só: é salvar empregos e relançar a atividade.

A União Europeia analisa um plano para uma retomada verde, com medidas como aumento dos incentivos para a transição ecológica em setores-chave como os transportes. O New Green Deal da Comissão Europeia espera atingir a neutralidade de carbono até 2050 – um plano ambicioso, mas que agora se vê ameaçado pela crise que chegou de surpresa.

 

 

 

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