O Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC) lidera um projeto europeu que, financiado em quatro milhões de euros, visa desenvolver “ferramentas inovadoras” para as redes elétricas e assim reduzir o desperdício de energia.
Em comunicado, o INESC TEC adianta que o projeto, designado ATTEST, pretende “criar condições para a construção das redes elétricas europeias do futuro”, bem como “preparar as infraestruturas para as soluções que começam a chegar”.
Com o intuito de privilegiar as “tecnologias limpas” e de “baixas emissões”, o projeto vai por isso, até 2023, criar uma plataforma de integração energética e um conjunto de 12 ferramentas de otimização, tanto para produtores como para distribuidores de energia.
Citado no comunicado, André Madureira, coordenador do projeto, afirma que “não basta produzir energia limpa, é necessário manter e atualizar as infraestruturas da rede de transportes e distribuição”.
Nesse sentido, as ferramentas desenvolvidas no âmbito do projeto vão servir de apoio ao “planeamento, manutenção e operação das redes de energia elétrica do futuro”.
Depois de desenvolvidos os algoritmos, as ferramentas vão ser testadas na Croácia e, posteriormente, “disponibilizadas à comunidade científica internacional em ‘open source’”, garante o instituto do Porto.
Segundo o investigador do INESC TEC, este projeto terá um grande impacto “na redução do desperdício de energia”, isto porque as ferramentas criadas permitirão aos produtores e distribuidores de energia “ajustar as operações entre si, respondendo em tempo real às necessidades dos consumidores”.
“Uma melhor gestão da rede que reduz o desperdício e aposta em energias limpas poderá também significar menos custos para os consumidores”, acrescenta André Madureira.
O ATTEST é financiado em quatro milhões de euros pelo programa Horizonte 2020 da União Europeia e, além do INESC TEC, conta com mais oito parceiros do Reino Unido, Luxemburgo, Espanha, Itália e Croácia.
“A integração destas soluções a nível europeu resultará numa rede de energia uniforme, otimizada e eficiente, com um impacto ambiental da produção energética equilibrado entre todos os países”, conclui o instituto.