Os claustros do Mosteiro dos Jerónimos abriram-se hoje para acolher a cerimónia oficial de celebração do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.
Uma “cerimónia singela” assinalou hoje o 10 de Junho, uma sessão com dois oradores e seis convidados que apenas uma hora.
Foi em oito cadeiras verdes, colocadas num palco no relvado central dos claustros do Mosteiro dos Jerónimos, que se sentaram os únicos oito participantes nestas comemorações que o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, quis que fossem minimalistas, devido à pandemia de Covid-19.
No exterior, junto às baias de segurança que foram colocadas à volta de todo o perímetro do Mosteiro dos Jerónimos estiveram cerca de uma centena de populares, muitos deles com máscara.
Os horários foram seguidos à risca, tendo os convidados sido recebidos por uma guarda de honra bem mais pequena do que o habitual nestas cerimónias, constituída apenas por nove cadetes dos três ramos das Forças Armadas.
Numa zona de Lisboa que também a pandemia esvaziou de turistas, o grasnar constante das gaivotas só foi “abafado” pelo momento em que, à chegada do Presidente da República, foi entoado o hino nacional, durante o qual se ouviram 21 salvas vindas do navio Álvares Cabral, fundeado ali bem perto no Tejo, e o som dos F-16 da Força Aérea que sobrevoaram o local naquela altura.
A comitiva seguiu depois para a cerimónia de deposição de uma coroa de flores no túmulo de Luís Vaz de Camões e homenagem aos mortos ao serviço de Portugal, momento no qual Marcelo Rebelo de Sousa, o primeiro-ministro, António Costa e o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, não se esqueceram de colocar as suas máscaras para entrar na Igreja de Santa Maria de Belém.
Já nos claustros, tempo para os dois discursos, com o presidente das Comemorações do Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, José Tolentino de Mendonça, a usar da palavra cerca de 20 minutos, o dobro do Presidente da República.
Devido à pandemia de Covid-19, o Presidente da República cancelou no final de março as comemorações do 10 de Junho que estavam previstas para a Madeira e África do Sul e optou por fazer em Lisboa uma cerimónia “pequena, simbólica”, com apenas seis convidados, como seu entender deveriam ter sido celebrados o 25 de Abril e o 1.º de Maio.
Nesta cerimónia, discursou também o cardeal e poeta madeirense José Tolentino Mendonça, escolhido pelo chefe de Estado para presidir à comissão organizadora das comemorações do Dia de Portugal.
Os seis convidados presentes foram o presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues, o primeiro-ministro, António Costa, e os presidentes do Tribunal Constitucional, Manuel da Costa Andrade, do Supremo Tribunal Administrativo, Dulce Neto, do Supremo Tribunal de Justiça, António Piçarra, e do Tribunal de Contas, Vítor Caldeira, seis altas entidades que estão nos primeiros lugares da lista de precedências do Protocolo do Estado.