As vendas de vinho de Monção e Melgaço “aumentaram 30%” desde que, em 2015, foi assinada a portaria que alarga o âmbito da utilização da designação Alvarinho a toda rotulagem da Região dos Vinhos Verdes (RVV).
A informação foi prestada à agência Lusa pelo presidente da Comissão de Viticultura da Região dos Vinhos Verdes (CVRVV), Manuel Pinheiro, a propósito do Dia de Monção e Melgaço, que se celebra domingo a propósito daquela portaria (n.º152/2015), que permite liberalizar o uso da denominação Alvarinho na região dentro de um ano.
Volvidos cinco anos, Manuel Pinheiro salienta que o vinho verde de Monção e Melgaço reforçou a sua autonomia dentro da região, “ganhou o seu próprio selo de garantia” e uma campanha promocional específica e tudo isto graças a esse acordo alcançado em 13 de janeiro de 2015 e vertido naquela portaria em maio desse ano.
A portaria estabeleceu, ainda, que se manteria a exclusividade de Monção e Melgaço na produção de Vinho Verde Alvarinho até 2021.
A nível promocional, ficou também acordado que a CVRVV lançaria um plano de investimento de três milhões de euros na marca Monção e Melgaço, focada na casta Alvarinho, tendo Manuel Pinheiro revelado, a propósito, que a Comissão avançará já em julho próximo com “uma campanha específica” para aquela sub-região.
O presidente da CVRVV, que desempenhou um papel ativo nas complexas negociações entre as partes envolvidas, considera que “o acordo provou ser um sucesso e não se confirmaram os receios” de muitos produtores locais, que por várias vezes ameaçaram abortar um entendimento.
Monção e Melgaço pagam hoje o” mais elevado preço pelas uvas em Portugal, um euro por quilo”, exemplificou ainda o mesmo responsável, destacando, ainda, que os vinhos Alvarinho originários dali são os mais valorizados pelos consumidores apreciadores dessa casta.
Aquela sub-região produziu em 2019 seis milhões de litros de vinho branco, 500 mil de vinho tinto e quase 190 mil de rosé, tendo “50 engarrafadores e dois mil produtores”, de acordo com o mesmo dirigente.
“São mais de mil hectares de vinha plantada, a grande maioria de Alvarinho”, acrescentou, frisando que o vinho é um dos principais pilares da economia local.
A pandemia de covid-19 teve “dois grandes impactos” negativos na sub-região, um causado pelo encerramento da restauração, que absorvia uma boa parte da produção local de vinho, e o outro devido ao encerramento das fronteiras, que Manuel Pinheiro diz ter sido “muito duro” para o negócio.
Devido às restrições ainda em vigor devido à covid-19, as feiras de Monção e de Alvarinho tiveram de ser cancelada e as celebrações do Dia de Monção de Melgaço estão confinadas ao espaço digital, com “iniciativas promovidas por vários produtores” através da internet.