O empresário português Manuel Cândido Faria morreu hoje em Paris, tendo-se destacado pela sua “generosidade desinteressada” e dado apoio a projetos como as obras da Casa de Portugal ou a renovação da igreja da paróquia portuguesa de Gentilly.
“Foi graças a ele que foi possível renovar as salas Fernando Pessoas e Vieira da Silva que acolhem mais de 100 eventos culturais por ano. Recentemente, durante a pandemia, ligou-me a perguntar se algum residente da casa precisava de algum tipo de apoio”, afirmou Ana Paixão, diretora da Casa de Portugal na Cidade Universitária Internacional de Paris.
Manuel Cândido Faria era originário de Riba d’Ave, no concelho de Famalicão, e chegou a França aos 12 anos. Começou a trabalhar no ramo da construção civil aos 16 anos e aos 22 comprou a empresa que o empregava. Com sucesso no mundo dos negócios, o empresário português dedicava-se nos últimos anos a apoiar projetos da comunidade portuguesa.
“Era uma pessoa extremamente interessada no apoio à cultura na comunidade portuguesa e apoiou imensos projetos nesse sentido. Mesmo após a conclusão das obras na Casa, manteve-se sempre disponível para continuar a ajudar”, lembrou Ana Paixão, referindo que a Casa de Portugal fará, assim que possível, uma homenagem a esta figura da comunidade.
Em 2016, Manuel Cândido Faria, foi reconhecido pelo Presidente da República aquando a celebração do 10 de junho em Paris, tendo o empresário recebido o grau de oficial da Ordem de Mérito. “É sempre bom ser reconhecido pelo trabalho que se faz pela comunidade”, disse na altura Manuel Cândido Faria.
O empresário ajudou também na construção da Casa de Portugal em Plaisir, nos arredores de Paris, inaugurada a 25 de abril de 1995, que acolhe as atividades do Centro Cultural e Recreativo dos Portugueses de Plaisir, e ainda a Casa do Benfica em Paris.
“A generosidade desinteressada dele sempre falou mais alto e, ao mesmo tempo, era uma pessoa que não gostava de aparecer”, contou Ana Paixão.
O seu mais recente projeto era a renovação da igreja da paróquia portuguesa de Gentilly, nos arredores da capital francesa, com a doação de mais de 5 toneladas de tinta e andaimes para a conclusão das obras.