A Madeira é a primeira região de turismo que tem em curso um processo de certificação do destino conferido por uma multinacional reconhecida internacionalmente, apostando em transmitir confiança aos visitantes, disse o secretário responsável pelo setor do Governo Regional.
“A Madeira foi a primeira região de Portugal a dispor de um manual de boas práticas de referenciação para o setor, participado pelo setor, e é a primeira região de turismo que conhecemos, até este momento, com um processo de certificação em curso”, avançou Eduardo Jesus em entrevista à agência Lusa.
O governante madeirense destacou que a situação epidemiológica desta região autónoma no contexto da pandemia de Covid-19, com 90 casos, 60% dos quais recuperados, e a ausência de mortes provocadas pelo novo coronavírus, tornam a Madeira “um território muito singular e bastante diferenciado”, colocando este destino “num patamar completamente diferente dos mercados com quem regularmente trabalha”.
“Por isso, a Madeira teve um percurso que, neste momento, atingiu um determinado estado de evolução que não é correspondente ou não foi correspondido pelos mercados emissores ainda”, vincou.
“O grande desafio é restaurar a confiança”, insistiu, complementando que a Madeira apostou num “desafio lançado ao setor regional”, para todos em conjunto “pensarem nas medidas enquanto o destino não pode abrir”.
Eduardo Jesus realçou que “assim nasceu um manual de boas práticas”, o qual foi elaborado com “contributos e ideias de pessoas “de todo o setor”, sendo um documento “que não encerra, tem uma versão diária, está disponível no ‘site’ da direção regional do Turismo” e em atualização permanente.
Este manual “serviu de base para pensar mais à frente, dado o entusiasmo do setor e a qualidade que se conseguiu verter no documento” evidenciando que “podia ser uma boa base para certificar o destino da Madeira”, realçou.
O responsável argumentou que se “as empresas se revissem naquele manual de orientação” era possível “certificar o destino no seu todo como um que tem prática implementada, controlada aferida e certificada por uma empresa internacional”.
Eduardo Jesus anunciou que esse desafio foi lançado à multinacional Société Générale de Surveillance (SGS), por ser ”uma das entidades mais credíveis no que diz respeito a estes processos de certificação”, referindo que, através deste projeto, a Madeira fica “na crista da onda nos quatro cantos do mundo rapidamente”.
“O que estamos a fazer é diferenciar o destino Madeira através da sua credibilidade. Estamos a acreditar o destino e isso dá credibilidade ao destino”, enfatizou, considerando que “a mensagem de confiança não pode ser só conversa” e “ninguém vai sair de casa para entrar numa aventura de perigo da saúde”.
O governante mencionou que este investimento envolve também a Associação de Promoção da Madeira, estando os associados isentos de qualquer custo desta certificação no presente ano.
“Queremos já em julho ter as primeiras certificações”, apontou, explicando que este processo “é distinto” do selo (Covid Safe Tourism) que tem “uma lógica mais imediata”, um “alcance curto“, bastando preencher um inquérito, enquanto a “certificação obriga à implementação de práticas”, dependendo da verificação da devida implementação”.