As medidas que permitam viagens de emigrantes a Portugal “serão articuladas com os países de proveniência”, disse hoje o secretário de Estado da Saúde, admitindo que “ainda não está nada definido” quanto a uma possível obrigatoriedade de quarentena.
“São situações que não estão ainda completamente definidas, mas garantidamente irão ao encontro do que todos queremos, que é ter os nossos emigrantes connosco, mas com medidas de segurança devidamente programadas. Ainda não temos nada definido [sobre períodos de quarentena]. Essas medidas serão articuladas com os diferentes países de proveniência”, disse António Lacerda Sales.
O Governo de Espanha tornou hoje público que decidiu que todas as pessoas que entrem no país a partir de sexta-feira sejam colocadas de quarentena durante 14 dias.
Os trabalhadores transfronteiriços, os dos transportes e suas tripulações, bem como os profissionais de saúde que vão exercer a sua atividade laboral, ficam isentos desta medida, desde que não tenham estado em contacto com pessoas diagnosticadas com covid-19.
Durante essas duas semanas, as pessoas chegadas de outros países “deverão permanecer no seu domicílio ou alojamento”, podendo sair apenas para adquirir alimentos, produtos farmacêuticos e bens de primeira necessidade, ser assistidas em centros, serviços e estabelecimentos de saúde e por razões de força maior ou de necessidade.
Questionado se Portugal está a ponderar tomar medidas semelhantes, o governante disse, na conferência de imprensa diária sobre a pandemia covid-19 em Portugal, que “essas medidas fazem parte do dinamismo do surto” e frisou que serão “articuladas com os diferentes países das diferentes proveniências”, falando e “parceiros da Europa e não só”.
“Em relação a Espanha, por exemplo, a fronteira está fechada, mas serve para mercadorias, trabalhadores transfronteiriços e situações de emergência. Estamos em constante contacto com o Governo espanhol no sentido de podermos articular medidas e decisões e igualmente faremos com outros países de proveniência”, disse o secretário de Estado.
António Lacerda Sales apontou que “não falta muito” para se procurar “perceber quais foram os resultados do desconfinamento”, reiterando que as “decisões serão tomadas com flexibilidade e na devida proporcionalidade”.
“Estamos atentos à situação dos emigrantes de quem nós gostamos muito de ter em Portugal todos os anos (…) Dentro de algum tempo penso que poderemos começar a fazer algum balanço e a ter algumas respostas”, disse o governante.