Mais de 2.400 artistas, de várias áreas, inscreveram-se na plataforma Portugal #EntraEmCena, na qual empresas e entidades públicas e privadas podem fazer um investimento direto e imediato em projetos artísticos, foi anunciado.
A plataforma ficou ‘online’ em 30 de março, “para poder anunciar o projeto e aceitar registos tanto de artistas como de investidores”, e o ‘marketplace’ “está 100% operacional deste ontem [segunda-feira]”, de acordo com Gonçalo Gaiolas, da tecnológica portuguesa Outsystems, empresa que desenvolveu o projeto, em resposta escrita a questões enviadas pela Lusa.
Até segunda-feira, estavam registados na plataforma “mais de 2.400 artistas, das mais diversas áreas: artes plásticas, artes visuais, cinema, dança, escrita, fotografia, música, pintura, teatro”.
Além disso, são 30 as empresas e instituições que “estão a apoiar esta iniciativa e já se comprometeram em lançar desafios para investir em artistas”.
No ‘site’ fica a saber-se que “já entraram em cena” empresas e entidades como a Caixa Geral de Depósitos, grupo Ageas Portugal, a Fundação EDP, o Centro Cultural de Belém, os Teatros Nacionais D. Maria II e São João, a Sagres, a Renova, a Fidelidade, a Galp e a Viúva Lamego, entre muitas outras.
“Todas as transações são contratualizadas e processadas diretamente entre as partes, e não através da plataforma Portugal #EntraEmCena”, lê-se no ‘site’.
A Portugal #EntraEmCena, segundo informação disponível no seu ‘site’ oficial, é “um movimento nacional, materializado em plataforma digital, onde artistas podem lançar ideias e recolher investimento para a sua fase de conceção e desenvolvimento, e onde empresas e entidades, públicas e privadas, podem lançar desafios e receber propostas artísticas, escolhendo as que pretendem remunerar já”.
“O projeto surge em resposta ao momento particularmente frágil dos artistas que viram as suas fontes de rendimento canceladas ou adiadas, resulta de várias parcerias e entidades patrocinadoras, e está integrado no programa ‘OutSystems COVID-19 Community Response’, da tecnológica portuguesa OutSystems que, ao disponibilizar a sua plataforma ‘low-code’, permitiu a criação de um ‘marketplace’ digital, onde artistas podem lançar ideias e obter investimento para a fase de conceção e desenvolvimento das mesmas”, lê-se num comunicado divulgado em 30 de março.
Já as empresas privadas e públicas usam a plataforma para “encontrarem talento e ideias propostas por artistas, assim como lançar desafios ao desenvolvimento de novos projetos artísticos, escolhendo aquelas em que pretendem investir já”.
Segundo a Associação de Promotores de Espetáculos, Festivais e Eventos (APEFE), desde meados de março e até ao final de abril foram cancelados, suspensos ou adiados cerca de 27 mil espetáculos. A APEFE contabilizou apenas espetáculos com bilhetes pagos.
O Governo aprovou na quinta-feira da semana passada, em Conselho de Ministros, o ‘Plano de Desconfinamento’, que prevê a reabertura de livrarias, bibliotecas e arquivos (que aconteceu na segunda-feira), seguindo-se museus, palácios, galerias e monumentos, em 18 de maio, data que coincide com o Dia Internacional dos Museus.
Segundo este plano, cinemas, teatros, auditórios e salas de espetáculos podem abrir em 01 de junho, “com lugares marcados, lotação reduzida e distanciamento físico”.
Estas decisões serão “reavaliadas a cada 15 dias”.
Já se inscreveram na plataforma Portugal #EntraEmCena mais de 2.400 artistas
