O presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil de Santarém defendeu hoje que o Governo deve voltar a proibir as deslocações para fora dos concelhos de residência de forma a evitar a presença de peregrinos em Fátima.
Apesar dos apelos do Santuário de Fátima para que os peregrinos não se desloquem ao recinto de oração a 12 e 13 de maio e de vigorar o dever cívico de recolhimento domiciliário, devido à pandemia de covid-19, Miguel Borges está preocupado e pede medidas de exceção.
“O que eu defendo não é um cerco sanitário. Pretendo é que as pessoas não se desloquem a Fátima”, explicou o responsável, à agência Lusa.
Na sua opinião, “seria de bom senso fazer o mesmo que foi feito no fim de semana da Páscoa e do 01 de Maio, ou seja, a limitação de circulação para fora do concelho”, com as devidas exceções.
Esta preocupação é já do conhecimento do secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, que coordena a execução do Estado de Emergência na região de Lisboa e Vale do Tejo e que participa nas reuniões da Comissão Distrital da Proteção Civil.
“À partida, o dever cívico de recolhimento domiciliário deveria ser suficiente, mas sabemos que as coisas não são assim e que, apesar de o senhor bispo já ter dito que as cerimónias teriam um caráter privado, há sempre tendência de as pessoas terem proximidade física” ao recinto do santuário, mesmo não podendo entrar, afirmou Miguel Borges.
O também presidente da Câmara do Sardoal lembrou que, “se a fé move montanhas, melhor moverá peregrinos sedentos desta proximidade física”.