Direção do Lar São Martinho em Coimbra revoltada com alegada agressão de PSP a jovens

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O Lar de São Martinho, em Coimbra, onde a PSP terá agredido dois jovens no domingo, afirmou hoje que não tolera o comportamento dos agentes e vai apoiar juridicamente as vítimas para garantir que “a sua voz é ouvida”.
“A revolta, preocupação e indignação que as imagens transmitidas no noticiário da SIC no domingo causaram à população em geral e, felizmente, aos nossos meios de comunicação social, são inteiramente partilhadas pela direção da instituição”, afirmou hoje o Lar de São Martinho, num comunicado publicado na rede social Facebook.
No domingo, a televisão SIC revelou imagens nas quais se vê um jovem a ser agredido por um agente da PSP, situação que levou o Comando Distrital a instaurar um processo disciplinar para apurar os factos.
No comunicado publicado hoje, a direção do Lar de São Martinho, que esteve reunida com duas advogadas durante o dia de hoje, afirma que, embora apenas apareça um jovem no vídeo divulgado, são duas as vítimas de agressões por parte de agentes da PSP.
“A instituição não pode pactuar com agressões aos seus jovens, seja em que circunstância for e acompanhará os jovens agredidos”, garantindo que é “apresentada queixa e que estes se constituam como assistentes no processo crime”, por forma a que a sua voz seja ouvida, refere a direção, acrescentando que a própria instituição irá tomar uma posição própria nesse mesmo processo.
De acordo com o comunicado do Comando Distrital de Coimbra divulgado no domingo, a PSP foi chamada na madrugada de domingo por uma funcionária à instituição que acolhe menores, por alguns dos jovens estarem alegadamente a perturbar o funcionamento da instituição.
A direção do Lar de São Martinho afirmou hoje que já foram espoletadas averiguações internas para apurar todos os factos relevantes que terão ocorrido naquela madrugada.
“Sempre que existe necessidade, cumprindo as suas responsabilidades e protocolo interno, a instituição chama as autoridades”, explica a direção, salientando, porém, que não poderia “esperar que fossem agentes de autoridade a agredir os seus jovens”, comportamentos que não tolera e que não “silenciará”.
No mesmo comunicado, o Lar de São Martinho “reitera a sua confiança nas autoridades e, especificamente, na PSP, porém não deixará de atuar e de exigir que se atue contra concretos agentes que tiveram comportamentos que não são próprios dos órgãos de polícia”.
“Ensinamos às crianças e jovens que podem confiar em qualquer polícia”, frisa a instituição, exigindo uma ação disciplinar por parte da PSP, mas também um processo criminal, para se averiguar “todos os factos praticados pelos agentes que estiveram na instituição e que agrediram ou viram agredir – sem qualquer reação – jovens”.
“Acompanharemos os jovens e as suas famílias em todas as instâncias, exigindo justiça até às últimas consequências”, concluiu a instituição.

 

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