Páscoa ou Domingo da Ressurreição celebra a ressurreição de Jesus três dias depois da sua crucificação no Calvário, conforme relata o Novo Testamento. É a principal celebração dos cristãos e também a mais antiga e importante festa cristã. Apesar de hoje em dia o mundo celebrar o Natal com muito mais intensidade é a Páscoa que determina todas as demais datas das festas móveis cristãs.
A Páscoa é uma festa móvel, o que significa que sua data não é fixa em relação ao calendário civil. O Primeiro Concílio de Niceia (325) estabeleceu a data da Páscoa como sendo o primeiro domingo depois da lua cheia após o início do equinócio vernal (a chamada lua cheia pascal). Do ponto de vista eclesiástico, o equinócio vernal acontece em 21 de março (embora ocorra no dia 20 de março na maioria dos anos do ponto de vista astronómico) e a “lua cheia” não ocorre necessariamente na data correta astronómica. Por isso, a data da Páscoa varia entre 22 de março e 25 de abril (inclusive). Os cristãos orientais baseiam seus cálculos no calendário juliano, cuja data de 21 de março corresponde, no século XXI, ao dia 3 de abril no calendário gregoriano utilizado no ocidente. Por conseguinte, a Páscoa no oriente varia entre 4 de abril e 8 de maio inclusive.
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela data e também por muitos dos seus simbolismos centrais. Ao contrário do inglês, que tem duas palavras distintas para as duas festas (Easter e Passover respectivamente), em português e em muitas outras línguas as duas são chamadas pelo mesmo nome ou nomes muito similares. Os costumes pascais variam bastante entre os cristãos do mundo inteiro e incluem missas matinais, a troca do cumprimento pascal e de ovos de Páscoa, que eram, originalmente, um símbolo do túmulo vazio. Muitos outros costumes passaram a ser associados à Páscoa e são observados por cristãos e não cristãos, como a caça aos ovos, o coelho da Páscoa e a Parada da Páscoa. Há também uma grande quantidade de pratos típicos ligados à Pascoa e que variam de região para região. Há muitas tradições de que nem se sabe bem a origem, onde o sagrado se confunde com o profano, e mesmo dentro das igrejas ocidentais, as tradições diferem em muito de congregação para congregação embora tenham sempre uma raiz comum.
A festa Ocidental
A festa da Páscoa é observada de diferentes formas entre os cristãos ocidentais. A observância litúrgica tradicional, praticada por católicos, luteranos e alguns anglicanos, começa na noite do Sábado de Aleluia com a Vigília Pascal. Esta, considerada a mais importante liturgia do ano, começa numa escuridão total com o fogo pascal e o acendimento do Círio Pascal (símbolo de Cristo ressuscitado) , que em Portugal se chama “cerimónia do lume novo”. Depois deste serviço de luz, seguem-se diversas leituras do Antigo Testamento. Contam-se as histórias da criação, o sacrifício de Isaac, a travessia do Mar Vermelho e profecia da vinda do Messias. Esta parte do serviço litúrgico culmina com o canto do Gloria, do Alleluia e finalmente com a proclamação do “boa nova” da ressurreição. Finalmente, as luzes são novamente acesas e os sinos repicam (de acordo com os costumes locais).
A Vigília de Páscoa termina com a Eucaristia (conhecida também como “Comunhão” em algumas tradições).
Algumas igrejas preferem realizar a vigília bem cedo no domingo ao invés da noite de sábado para refletir o relato evangélico das mulheres chegando ao túmulo na manhã do primeiro dia da semana (o domingo). Outras celebrações ocorrem também no próprio Domingo de Páscoa. Tipicamente, estas cerimónias seguem a ordem de um domingo normal de cada paróquia, incorporando elementos mais festivos. A música, em particular, geralmente é mais alegre; a incorporação dos metais na orquestra para incrementar os instrumentos habituais dos músicos da congregação é bastante comum. Além disso, é bastante comum que toda a igreja seja decorada com faixas e flores.