Um incêndio destruiu hoje as instalações do Amazónia Grill, um restaurante fundado em 2001 por seis empresários madeirenses, que era tido como referência em gastronomia venezuelana e internacional, em Las Mercedes, no leste de Caracas.
Segundo as autoridades locais, o incêndio, foi detetado pelas 04:00 horas locais (09:00 horas em Lisboa), causando danos materiais em mais de 85% da sua infraestrutura, que deverá agora ser demolida e erguida de novo.
“Não temos a certeza de que o incêndio tenha sido provocado por um curto-circuito, parece ter sido provocado por criminosos que teriam entrado durante a noite para roubar. Muitas vezes eles acendem fósforos para ter luz e conseguir ver os artigos que procuram”, explicou um dos proprietários.
Jorge Fernando dos Reis explicou que o negócio foi fundado há 19 anos por “seis irmãos”, dos quais dois estão temporariamente na Madeira, que não puderam regressar a Caracas devido à suspensão dos voos na sequência da pandemia da covid-19.
“Não nos imaginávamos que isto aconteceria, porque o negócio estava fechado, devido ao coronavírus. Todos os dias passávamos pelo menos uma vez para ver se tudo estava bem e [até sexta-feira] tudo estava normal”, disse.
Jorge foi avisado telefonicamente do que acontecia, “pelas 04:00 horas da manhã (09:00 horas em Lisboa), mas segundo os bombeiros o incêndio começou antes”.
“Não sabemos se foi um curto-circuito ou provocado. Conseguimos recuperar os ‘dvr’ [gravadores das câmaras de segurança] e a partir de segunda-feira vamos ver as imagens”, frisou.
Por outro lado, o proprietário explicou que ainda não têm estimativa sobre o valor dos danos causados “porque hoje em dia os equipamentos custam muito [dinheiro] e a estrutura vai ter que ser demolida porque ficou toda deteriorada”.
“Felizmente, não houve perdas de vidas humanas, foi apenas o material e isso recupera-se com o esforço diário. Temos que esperar pelo seguro, vamos ver se conseguimos chegar a algum acordo com o seguro, mas é preciso esperar, não sabemos o que vai passar”, disse.
Com tristeza e dificuldades para falar devido ao acontecido, Jorge Fernando dos Reis desabafou que “o negócio tinha muita reputação no mercado”.
“O nosso forte eram as carnes em geral, de vaca, de porco, de frango e de coelho, mas oferecíamos também comida internacional. Muita variedade de pratos e inclusive de mariscos, uma área em que nos manejávamos bastante bem”, disse.
Quanto aos clientes, explicou que tinham “todo o tipo de fregueses, gente da política, muitas famílias porque era um ambiente muito familiar”. “Também vinha gente pública, do governo e da oposição”, acrescentou.