A atividade empresarial na zona euro caiu em março para um mínimo sem precedentes desde julho de 1998 devido à pandemia da covid-19, segundo o índice PMI da consultora IHS Markit.
O índice PMI (Purchasing Managers’ Index) composto para a zona euro baixou para o nível sem precedentes de 29,7 pontos desde 1998 (desde que a Markit começou a recolher dados), contra a estimativa ‘flash’ de 31,4 pontos e 51,6 pontos em fevereiro.
Até agora, o mínimo histórico era de 36,2 pontos, registado em fevereiro de 2009, no pico da crise financeira mundial.
A atividade foi particularmente fraca em Itália (20,2 pontos) e em Espanha (26,7 pontos), os dois países da zona euro mais atingidos pela pandemia.
Por países, o PMI composto foi de 37,3 pontos na Irlanda, 35 pontos na Alemanha e 28,9 pontos em França.
Quando o PMI, que reflete a confiança dos diretores de compras das empresas, é superior a 50 pontos significa que a atividade se expande e quando é inferior significa que a atividade se contrai.
“As medidas destinadas a travar a propagação da covid-19 adotadas pelos governos europeus” “pesaram fortemente na procura e na atividade económica”, explica a Markit num comunicado.
Estas medidas também “pesaram na confiança, tendo esta caído para o nível mais baixo de sempre em todos os países abrangidos pelo inquérito”, adianta.
O setor dos serviços sofreu particularmente, com uma queda do PMI de 52,6 pontos em fevereiro para 26,4 em março, “o nível mais baixo de sempre”.
Segundo o economista chefe da Markit, Chris Williamson, estes números deverão traduzir-se numa contração anual de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) na zona euro.
“Os dados do PMI da zona euro parecem condenados a continuar a curva descendente nos próximos meses”, adianta.
Contudo, Williamson sublinha que é “impossível estimar com precisão o custo económico total da covid-19 porque tanto a duração como a amplitude ainda são largamente desconhecidas.