Depois de, na quarta-feira, a delegada de saúde coordenadora do agrupamento de centros de saúde Tâmega I – Baixo Tâmega, ter informado que os portugueses regressados do estrangeiro que vivam em Celorico de Basto, Baião, Marco de Canaveses, Amarante, Cinfães e Resende terão que ficar isolados durante 14 dias, a Autoridade de Saúde dos concelhos de Paredes, Penafiel e Castelo de Paiva, determinou medida idêntica.
“Todos os emigrantes que regressem do estrangeiro (áreas de risco) devem manter-se em isolamento social, por um período de 14 dias; não podem sair de casa, visitar familiares (cuidado com os mais idosos), receber visitas”, informa a autarqia de Penafiel num comunicado
Também no distrito de Bragança, a Autoridade Regional de Saúde determinou quarentena obrigatória para todos os cidadãos que regressem do estrangeiro para a contenção do risco de contágio da Covid-19, numa região envelhecida com população de risco.
A medida data de quinta-feira e determina que “todos os cidadãos que regressem do estrangeiro permaneçam em isolamento profilático pelo período de 14 dias a contar do dia da chegada”.
Esta determinação já foi dada a conhecer aos 12 municípios do distrito, “para atuação imediata”, lê-se no despacho assinado por Inácia Rosa, delegada de Saúde coordenadora da Unidade de Saúde Pública do Nordeste.
O regresso de emigrantes, mas sobretudo dos que residem em outras zonas de Portugal às aldeias do Nordeste Transmontano é a principal preocupação das autoridades locais, como já tinha manifestado, na quinta-feira, o presidente da Comissão Distrital de Proteção Civil, Francisco Guimarães.
Desde o fecho da fronteira com Espanha, na segunda-feira, que o distrito de Bragança tem apenas um ponto de passagem na fronteira de Quintanilha, em Bragança, onde estão as forças de segurança, mas não é feito qualquer teste de saúde a quem entra no país.
O distrito tem vários outros pontos de fronteira que estão fechados, mas a Proteção Civil tem conhecimento de casos que contornam as barreiras físicas colocadas nestes locais.
Para evitar estas situações, a comissão pede ao Governo “vigilância permanente 24 horas nas fronteiras que se encontram fechadas”.
O presidente da comissão confirmou à Lusa que têm entrado muitos emigrantes por estes dias, que regressam
Quarentena na Madeira
A quarentena obrigatória já está a ser aplicada na Madeira, com as pessoas que chegam à região sem terem residência a serem encaminhadas para o empreendimento da Quinta do Lorde, no Caniçal.
A vigilância na aplicação desta medida para minimizar a propagação da pandemia da Covid-19 será reforçada, na sequência das indicações anunciadas pelo representante da República na Madeira, Ireneu Barreto, que apoia esta determinação do executivo regional.
As pessoas que cheguem hoje à Madeira, e que não tenham residência, “têm um autocarro de turismo devidamente preparado na porta das chegadas do Aeroporto Internacional da Madeira-Cristiano Ronaldo, além de elementos da Polícia de Segurança Pública, que vão tratar de assegurar que sejam encaminhadas para um local para cumprirem a quarentena obrigatória”, explicou Miguel Albuquerque, presidente do Governo Regional.
O local escolhido para estes casos foi o empreendimento da Quinta do Lorde, na freguesia do Caniçal, no extremo leste da ilha da Madeira.
No que diz respeito ao Porto Santo, os não residentes que cheguem à ilha a partir de hoje ficarão confinados no Hotel Praia Dourada, uma unidade disponibilizada a título gratuito pelo Grupo Económico Sousa, adiantou a secretaria da Saúde e Proteção Civil da Madeira.
Quinta-feira, o Instituto de Administração da Saúde da Madeira (IASAÚDE) informou que o número de casos de Covid-19 na região duplicou em 24 horas, subindo para seis os infetados na região, sendo cinco cidadãos dos Países Baixos e uma madeirense.
Quarentena também em Vila Real
Também as unidades de Saúde Pública do distrito de Vila Real impuseram o isolamento profilático obrigatório de 14 dias para todos os cidadãos que regressem a este território envelhecido provenientes de outras zonas de Portugal ou do estrangeiro.
As unidades de Saúde Pública do Alto Tâmega e Barroso e do Marão e Douro Norte, que abrangem os 14 concelhos do distrito de Vila Real, anunciaram que os cidadãos que regressem do estrangeiro ou de outras zonas do país têm de permanecer em isolamento profilático (quarentena) pelo período de 14 dias a contar do dia de chegada.
O distrito de Vila Real é um território envelhecido e de onde partiram muitos migrantes e emigrantes que, agora, por causa da pandemia, estão a regressar à terra natal.
O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, disse à agência Lusa que é “evidente” o regresso de cidadãos em “praticamente todas as localidades do concelho”.
Precisamente, por causa da nova realidade que se está a viver, o autarca deixou um apelo.
“Aos barrosões que vieram dos países estrangeiros onde trabalham, dou as boas vindas e felicito por, dessa forma, reconhecerem que a aldeia donde saíram é o único sítio onde, neste momento, se pode ser feliz. Porém, porque vieram de países onde a propagação do vírus é forte e exponencial, apelo a que façam a obrigatória quarentena dos 14 dias recomendáveis”, afirmou.