Em Portugal, 76% dos idosos com 65 ou mais anos foram vacinados contra o vírus da gripe durante a vaga de vacinação da época gripal de 2019/2020, revelam os mais recentes dados do relatório do Vacinómetro.
Portugal atingiu assim “a meta preconizada pela Organização Mundial de Saúde (OMS) para o grupo populacional com idade igual ou superior aos 65 anos” que é de 75% de taxa de vacinação para este grupo etário, informa um comunicado divulgado pela Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF).
Lançado em 2009 em Portugal, o Vacinómetro é um projeto da Sociedade Portuguesa de Pneumologia e da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, com o apoio da Sanofi, e permite monitorizar, em tempo real, a taxa de cobertura da vacinação contra a gripe em grupos prioritários recomendados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
Participaram na amostra do estudo do vacinómetro, nesta época gripal, 2.851 pessoas, residentes em todo o território de Portugal Continental e regiões autónomas de Açores e Madeira.
2.053 vacinas foram distribuídas
Na atual época vacinal, que se iniciou a 15 de outubro de 2019, foram distribuídas, nos setores público e privado, 2.053 mil vacinas, cerca de 100 mil a mais do que na época anterior revela o relatório final do Vacinómetro, onde se lê que houve uma subida na percentagem de vacinados em relação à época gripal de 2018/2019 com 65 ou mais anos: de 65,9% para 76% de pessoas vacinadas.
Entre os portadores de doença crónica, “o incremento da vacinação foi ainda mais dramático”, com o aumento de 55,8% (em 2018/2019) para 72% de vacinados na atual época vacinal.
Houve ainda “uma subida significativa” de pessoas vacinadas com idades entre os 60 e os 64 anos – de 37,3% para 43,2%.
Apesar do aumento nos índices de vacinação, Rui Nogueira, presidente da APMGF, diz que “há ainda um trabalho a desenvolver, principalmente dirigido a profissionais de saúde e a grávidas”.
Entra as grávidas que participaram no estudo que deu origem ao relatório do Vacinómetro, apenas 23,5% afirmaram que tinham sido vacinadas contra a gripe e dessas, 50,3% “afirmaram ter sido a primeira vez que receberam a vacina”.
“É importante frisar que 63,7% das mulheres grávidas que não se vacinaram asseguraram não o ter feito porque o seu médico não recomendou essa atitutde preventiva”, revela ainda o comunicado da APMGF.
No global dos questionados no estudo, 61,8% das pessoas que se vacinaram contra a gripe disseram tê-lo feito por recomendação do médico e 95,9% “já haviam sido inoculados em outros anos”.
Receberam a vacina gratuitamente, no seu centro de saúde, 74,7% dos vacinados, enquanto 23,5% a compraram numa farmácia e 1,8% foram vacinados no local de trabalho.
“Na população diabética estudada, 77% dos indivíduos vacinaram-se contra o vírus influenza, sendo que entre estes 88,9% decidiram dar tal passo em resultado de uma recomendação direta do seu médico”, revela o relatório.
A DGS lembra que a gripe uma doença contagiosa que, maioritariamente, cura espontaneamente, “mas podem ocorrer complicações, particularmente em pessoas com doenças crónicas ou com 65 ou mais anos de idade”. Alerta ainda que a vacinação é a principal medida de prevenção contra a gripe, sendo “fortemente recomendada” a pessoas com idade igual ou superior a 65 anos, doentes crónicos e imunodeprimidos a partir dos seis meses de idade, grávidas, profissionais de saúde e outros prestadores de cuidados, como bombeiros e funcionários de lares.
Ana Grácio Pinto