A Minaport já tinha a licença experimental de uma mina de ouro em Freixo de Numão, desde Abril de 2016. Agora pretende conseguir um contrato de concessão para a exploração definitiva por mais 10 anos, para tratar 180 mil toneladas por ano de minério de ouro em plena zona de protecção do Alto Douro Vinhateiro.
A empresa já entregou à Agência Portuguesa do Ambiente (APA) um Estudo de Impacte Ambiental (EIA), que estará em consulta pública até ao próximo dia 15 de Abril.
Segundo o jornal, trata-se de um projecto de mineração em galeria subterrânea, integrado numa área sensível – está localizado a cerca de 500 metros da área classificada como Património Mundial do Alto Douro Vinhateiro, na sua zona especial de protecção.
Os pedidos de prospecção de lítio para esta área protegida, recorda o “Público”, levaram o ICOMOS Portugal a lançar alertas de preocupação à Unesco, pelos efeitos que a exploração pode ter naquela paisagem protegida.
A Minaport é uma empresa portuguesa, fundada em 2010, e que deu continuidade ao chamado projecto mineiro do Numão, que foi proposto por uma outra empresa, a Mineralia, em 2008. Foi a Mineralia quem ficou, então, com os direitos do contrato assinado com o Estado português que lhe dava direitos de prospecção e pesquisa numa área de 5840 hectares, localizada nos concelhos de São João da Pesqueira e de Vila Nova de Foz Côa.
Em 2016, a mesma Minaport pediu uma licença de exploração experimental e foi ao abrigo dela que avançou já com a construção de algumas infra-estruturas, nomeadamente a lavaria, onde se faz a separação dos minerais, através do método de flutuação e onde são usados vários reagentes químicos. Agora pretende autorização para desenvolver as instalações com vista a extrair e tratar 180 mil toneladas de minério por ano, para poder produzir e vender concentrado de ouro.