Estão reunidos no SISAB Portugal, no Altice Arena, em Lisboa, empresas nacionais que representam 28 setores da indústria agroalimentar e de bebidas de Portugal e importadores de vários países dos cinco continentes.
O SISAB Portugal (Salão Internacional do Setor Alimentar e Bebidas), o maior e mais importante certame da indústria agroalimentar e de bebidas de Portugal, voltado para os mercados externos, está patente de 02 a 04 de março.
Nesta montra do que melhor se faz em Portugal no agro-alimentar e bebidas, os compradores internacionais encontram marcas e produtos de setores tão diversos como vinho, azeite, produtos biológicos, pescado, carne, frutas, laticínios, doçaria, especiarias, produtos dietéticos, embalagens, logística e transportes, entre outros.
Criado com a finalidade de se tornar uma porta das empresas portuguesas para o mercado internacional, o SISAB Portugal completa a sua 25ª edição numa altura em que a exportação se tornou crucial e estratégica para a economia nacional, que dela depende.
“O SISAB Portugal decorre num ambiente de profissionalismo intenso, daí não ser permitida a presença de público, comunicação social ou de outras entidades não diretamente relacionadas com o evento”, destaca a organização.
“A economia não pode parar”
Desde a primeira edição, tudo é desenvolvido tendo em atenção a rentabilização do tempo para a maximização do negócio, num salão alimentar onde só é permitida a divulgação e negociação de produtos nacionais.
“Não é fácil encontrar no mundo inteiro e em Portugal, certames promovidos por entidades privadas, públicas ou associativas que abdiquem de receber a participação de expositores estrangeiros. No caso do SISAB Portugal as solicitações têm sido muitas, o que financeiramente seria até bastante interessante para a própria organização, mas esta nunca abdicou deste ideal que foi assumido desde a primeira hora e é ponto assente que a este princípio nos manteremos fiéis no futuro”, assume Maria Morais, CEO DO SISAB Portugal.
O evento decorre este ano numa altura em que o país e o mundo acompanham a epidemia do coronavírus COVID19. Na semana que antecedeu o certame, a administração informou, em comunicado, a iniciativa de cancelar a participação de importadores da China e do norte da Itália para que não exista “o mínimo risco” de contágio com o novo coronavírus.
A organização contatou ainda a Direção Geral de Saúde (DGS) “a fim de avaliar os eventuais riscos com mais rigor” e enviou previamente a todos os participantes, nacionais e estrangeiros, a informação veiculada pela DGS sobre os cuidados a ter.
Em declarações aos jornalistas, no primeiro dia do evento, Maria Morais explicava que depois das medidas de precaução tomadas, a organização decidiu avançar com a realização do SISAB: “esta é uma situação anormal causada por uma epidemia que já atingiu inúmeros países. Temos que ter cuidado, mas a economia não pode parar e os mercados continuam a funcionar”.
“Uma iniciativa muito importante”
A atualidade trazida pelo novo vírus também não demoveu o Presidente da República. Há semelhança dos anos anteriores, Marcelo Rebelo de Sousa marcou presença no salão internacional, fez questão de visitar os stands, um por um, e cumprimentar todos os produtores presentes.
“O SISAB é uma iniciativa muito importante. Não alterei a minha presença porque achei que não havia razões para alterar. Espero que tenha o sucesso que merece”, enalteceu aos jornalistas à chegada ao Altice Arena.
Numa visita que se prolongou por mais de três horas, o Chefe de Estado falou com produtores nacionais e foi interpelado por importadores de vários países. A um empresário de França disse para “aproveitar a feira”, a um importador do Brasil perguntou em que produtos estava interessado e até agradeceu a presença a dois importadores dos Estados Unidos da América.
Marcelo Rebelo de Sousa provou produtos e bebidas nos stands das empresas nacionais, fez perguntas sobre marcas e exportação e ouviu até pedidos, como o de duas responsáveis de uma empresa de azeites recém criada, e a participar pela primeira vez no SISAB, que lamentavam não poder concorrer a apoios à internacionalização “porque estes só são atribuídos a empresas que já exportem”, como lhe explicaram.
A meio da visita, o Chefe de estado voltou a referir-se ao certame, para dizer que o contato pessoal “é insubstituível”
“Quando isto arrancou, há 25 anos, não havia a internet que há hoje, não havia as compras eletrónicas mas há uma parte pessoal na negociação que é insubstituível”, sublinhou aos jornalistas.
“Encontrei aqui importadores da Jordânia, da Argélia, dos EUA, de países latino-americanos e asiáticos, do continente africano. Estas pessoas vêm comprar na base da confiança pessoal. Podiam negociar através das novas tecnologias, via internet. Mas querem conhecer os fornecedores, ver os produtos”, destacou.
Nesse sentido, defendeu que esta feira, que completa este ano a 25ª edição, “é importante e tem que continuar”.
“É para continuar para o próximo ano e para crescer. Porque é um evento muito importante para a exportação dos produtos nacionais e porque a confiança passa por feiras destas. E o SISAB continua a ser importante para a economia portuguesa”, vincou.
E deixou o recado: “há que apoiar estes produtores e exportadores, porque isso é fundamental para a economia portuguesa”.
Setor “decisivo para as exportações”
Uma das muitas “bandeiras” do SISAB Portugal tem sido, desde a primeira edição, a promoção exclusiva dos produtos e das empresas portuguesas.
Ao ser aberto apenas a profissionais e não permitindo a entrada a visitantes ou quaisquer outros elementos que não estejam diretamente ligados à exportação e às empresas, o salão internacional criou ao longo dos anos uma atmosfera privilegiada de negócios.
Uma caraterística que foi destacada pelo secretário de estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor. Para João Torres, que acompanhou a visita do Presidente da República, o certame “tem uma importância muito significativa para os operadores económicos portugueses, porque permite um contato mais direto e mais personalizado no sentido de divulgar a oferta nacional de produtos de uma indústria que é hoje motivo e orgulho para todos”.
“Esta feira permite dar a conhecer de uma forma mais alargada e mais intensa a grande diversidade de produtos de grande qualidade, de excelência, muitas vezes com incorporação de métodos de produção inovadores”, sublinhou ao ‘Mundo Português à margem da visita.
O governante destacou aidna que os setores agro-alimentar e de bebidas têm tido “um contributo abslutamente decisivo para as exportações portuguesas”. .
Nos três dias do SISAB Portugal 2020 estão previstas degustações de produtos tradicionais do continente e das ilhas, duas ‘masterclass’ sobre vinhos, bem como apresentações de produtos.
Para além do Presidente da República e do secretário de Estado do Comércio, Serviço e Defesa do Consumidor, marcaram presença no primeiro dia o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, o secretário regional de Economia da Madeira, Rui Barreto, e o diretor regional de Apoio ao Investimento e à Competitividade dos Açores, Ricardo Sousa Medeiros.
No segundo dia o certame recebe a visita do secretário geral do PCP, Jerónimo de Sousa, às 10h, e do secretário de Estado das Pescas, José Apolinário, às 12h. A ministra da Agricultura, Maria do Céu Albuquerque, a secretária de Estado das Comunidades Portuguesas, Berta Nunes, e o presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, visitam o SISAB Portugal no dia 04.