A maior edição de sempre do circuito pedestre ‘Tok’andar’ vai contar 21 histórias sobre o concelho de Porto de Mós, num programa em que o município aposta para levar mais longe a cultura e património local.
Implantado no Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, Porto de Mós lança em 08 de março a 16ª edição do circuito de percursos pedestres, que pela primeira vez chega a todas as dez freguesias do concelho.
A edição do Tok’andar de 2020 apresenta um programa de caminhadas de quatro meses, de março a junho.
São 211 quilómetros de trilhos, 21 percursos diferentes e 21 entidades parceiras, responsáveis pela organização de cada um dos percursos, com o município a contar receber cerca de 2200 pessoas que vão percorrer as 10 freguesias do concelho, pela primeira vez representadas na totalidade nesta atividade.
“Esta é uma forma importante de nos mostrarmos ao mundo. Quem vem cá ajuda a levar mais longe a nossa cultura e património”, explica o vice-presidente do município.
Eduardo Amaral considera que Porto de Mós tem “um potencial de paisagem natural que não existe” no país e os percursos pedestres são uma forma de o mostrar, seja revelando a cascata da Fórnea, as orquídeas que nascem espontaneamente na serra ou dando a provar as especialidades da gastronomia local.
“Procuramos contar 21 histórias diferentes, uma por cada um dos percursos, porque cada um tem a sua própria identidade, geografia e pessoas que os organizam. Depois de conhecerem estas nossas histórias, os turistas querem voltar para descobrir o território ou, até, para aqui se fixarem”, diz o autarca.
A edição deste ano traz como novidade a existência de um passaporte de caminheiro “que pretende, por um lado, fidelizar os participantes e, por outro, dar-lhes um registo dos locais por onde passaram”, explica o executivo autárquico.
Fauna e flora, lendas e histórias
A ideia é cada um dos participantes apresentar o passaporte no dia caminhada e receber um carimbo que ateste a sua participação nesse dia. Quem realizar 15 caminhadas receberá, no final, um pau de caminheiro, os que concluírem 10 caminhadas ganham uma t-shirt e cinco caminhadas valem uma prenda-surpresa.
Uma nota divulgada pela autarquia, sublinha que um dos componentes do ‘Tok’andar’ é a riqueza dos percursos. “Caminhar é apenas uma parte da experiência: também a fauna, a flora, as lendas e histórias, as tradições, o artesanato e a gastronomia ganham aqui espaço, como forma diferenciadora desta prática desportiva mas também como força promotora do património local”, cionvida.
As caminhadas arrancam no dia 08 de março na Cabeça Veada, na freguesia do Mendiga, e decorrem todos os fins de semana, terminando em 28 de junho. Em março acontecem a ainda no dia 15, na Marinha da Mendiga, dia 22 em Serro Ventoso e a 29, em São Bento.
O circuito ‘Tok’andar’ é gratuito e aberto a todos. Organizados por 21 instituições de diferente natureza, os percursos ajudam também a dar vida ao tecido associativo.
“É uma forma de manter as nossas associações em atividade e revitalizar as que estavam paradas. As pessoas juntam-se e sentem orgulho da sua terra, que tentam promover da melhor maneira, através da gastronomia, da história, das lendas e das tradições”, destaca Eduardo Amaral.
O autarca realça ainda que este é já um projeto de sensibilização ambiental. “Por outro lado, os grupos grandes têm de ser partidos para as pessoas poderem usufruir. Andarem 200 pessoas no percurso não é, de forma nenhuma, o nosso objetivo. Queremos grupos pequenos, para que as pessoas não saiam dos trilhos e não estraguem o que temos cá”.
Em 2019, o programa Tok’andar atraiu cerca de dois mil participantes, a maioria de fora do concelho. Mas também envolve muitos habitantes locais, que aproveitam as caminhadas para conhecerem outros destinos propostos pelas várias freguesias.