Vinho vulcânico da Graciosa “Pedras Brancas” procura internacionalização 

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A Adega Cooperativa da Graciosa e a empresa ‘Azores Wine Company’ querem exportar o vinho branco “Pedras Brancas”, produzido na ilha em solo vulcânico, que neste momento chega apenas ao mercado regional e nacional.
O enólogo Paulo Machado, sócio da empresa ‘Azores Wine Company’, declarou à agência Lusa que aquela marca de vinho “tem registado uma grande aceitação, para já limitada ao mercado regional e nacional”, mas “há a convicção que poderá ultrapassar fronteiras e chegar a outros países”, pelas suas características específicas.
Produzido na região demarcada da ilha Graciosa, o “Pedras Brancas”, classificado pela Comissão Vitivinícola Regional dos Açores, surge na senda “daquilo que eram os grandes vinhos brancos da Graciosa”, tendo a produção vindo a crescer, atingindo em 2018, 5000 garrafas e, apenas no espaço de um ano, 12 mil unidades em 2019.
A vinicultura foi uma das principais atividades económicas na Graciosa, nos séculos XVIII e XIX, mas as castas europeias entraram em declínio, seguindo-se a produção do vinho de cheiro.
Com a recente reconversão de terrenos foi possível recuperar o vinho branco, enquanto complemento da atividade agrícola.
Paulo Machado está convicto da aceitação do “Pedras Brancas” por parte de quem em outros países “procura vinhos específicos” de “regiões singulares como os Açores”.
O enólogo refere que o vinho é produzido com recurso às castas tradicionais do arquipélago como o Verdelho, Arinto e Boal, lamentando que algumas das castas tintas dos Açores tenham-se perdido.
O especialista refere que as vinhas da Graciosa que geram o “Pedras Brancas”, o primeiro vinho branco a que foi atribuída a denominação de origem nos Açores, são “cultivadas em currais tradicionais” e “plantadas em solos vulcânicos”.
Este é um vinho de “caráter vincado”, que “releva a sua origem vulcânica e o perfil puro dos vinhos brancos da Graciosa”.
Os vinhos brancos dos Açores, especialmente da ilha do Pico, têm registado “grande procura” no mercado, atingido “valores consideráveis”, segundo Paulo Machado.
O setor vitivinícola dos Açores viu ser duplicado entre 2012 e 2019 o número de produtores, de 246 para 517, passando-se de 190 hectares em 2012 para cerca de mil em produção de vinha certificada, na atualidade.
Deste montante de hectares, tendo em conta o período em referência, 800 foram recuperados através do programa VITIS, que se destina a apoiar projetos de reestruturação e reconversão das vinhas.
Existem cerca de 40 vinhos certificados nos Açores, sendo que em 2019 foram uma dezena.
Segundo as projeções oficiais, a produção de vinho dos Açores vai quadruplicar em cinco anos, ultrapassando os vinhos certificados um milhão de litros, se for tido em consideração que a sua produção anual é de 250 mil litros.

 

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